Arquivos diarios: 24/04/2021

LITERATURA CLÁSSICA LATINA (17) (O DRAMA ROMANO ARCAICO)

Unha fonte usada por Horacio alegaba que as representaçóns improvisadas que cerrabam as féstas da conheita, as chamadas “fesceninas”, que eram representadas também em celebraçóns de casamentos e triunfos de Roma e que tinham a finalidade de afuxentar aos espíritos malígnos, levárom a um equivalente da Comédia Antiga de Atenas; estaba limitada pola lei a causa do seu conteúdo difamatório. Outro relato, recolhido por Livio e Valerio Máximo, resulta mais especificamente histórico. De acordo com isto, Andronico foi realmente um “primer inventor” ao ser o primeiro em apresentar unha diversón com um tema. É extraño, non obstânte, que o autor desta versón non considerara interesante ou importânte que a história estivéra tomada de unha obra grega. A fonte refére-se a unha “satura” dramática, “miscelánea”, anterior a Andronico; tinha esta um argumento escrito, unha parte destacada para o músico (tibicen), e era representada por “histrións” profesionais, “actores”, unha palabra tomada do nome etrusco dos danzantes enmascarados de ritos apotropaicos que, polo seu poder máxico, eram conhecidos em Roma polo menos desde o século IV. O escritor via a estes “histrións” com desdém e desgosto e os compara, com desventaxa para eles, aos actores amadores (ao parecer xovens romanos de boas famílias) de um tipo de farsa improvisada, tomada da Atela osca e de ahí conhecida como atelana. Concluie referindo-se de forma obscura ao mimo nunha história etiolóxica na que confunde formas do século I a. C., de unha representaçón sem máscaras, com a presentaçón do drama de Andronico: de acordo com el, Andronico actuaba e cantaba nas suas próprias produçóns, mas um dia, cansada a voz, passou a parte cantada para um “puer” adequado, mentras el representaba as acçóns apropriadas. Dançarinos etruscos, farsas atelanas, “tibicines”, mimos e diálogos fesceninos son relevantes de várias maneiras para o drama romano tal como o conhecemos, mas resulta chocante que esta fonte e outras parecem determinadas a non mencionar nada grego em relaçón com o drama romano arcaico. Non obstânte, as comédias em prosa e verso da Sicília, que se representabam desde fai tempo, as vigorosas comédias dóricas em verso do sul da Itália e as farsas de Rhinthon (phlyakes, hilarotragoediae), por non falar do repertório dos Artistas, debem ter tido inflúxos directos e importântes. O drama romano era unha adaptaçón do drama helénico. Por quê foi adoptado em Roma tán fructiferamente a meados do século III a. C. e non muito antes ou muito despois? Sería um erro opôr os elementos gregos e italianos à maneira implicitamente chouvinista das fontes anteriormente vistas. Tampouco sería suficiente reconhecer a importância das tradiçóns teatrais do sul da Itália e da Sicília. Para responder à pergunta prantexada, há que considerar Itália dentro do seu marco helenístico. O povo romano non tinha unha autoconsciência hermética ou racial. Os seus mitos fundacionais mostrabam que era um povo misturado, e a sua inusual lei de manumissón, facía libres a membros escravos do corpo político, de maneira que potencialmente qualquera, da raza que fora, podería ser um “civis Romanus”. Estabam abertos às influênças gregas em todas as esferas, e os seus contáctos políticos e militares com gregos do Epiro, sul da Itália e Sicília, em particular, a guerra contra Pirro e a Primeira Guerra Púnica, sucederom num momento no que os gregos, por sua parte, estabam deixando de pensar no “helenismo” como exclusivo de unha raza. Como temos visto, foi precisamente neste tempo quando unha expressón particularmente vivida do helenismo, o drama ático, estába-se extendendo com mais amplitude que antes. Baixo Eratóstenes, a segunda xeraçón de erudíctos da Biblioteca de Alexandría, dirixía a sua atençón para fora do mundo grego.

E. J. KENNEY E W. V. CLAUSEN (EDS.)

LEIBNIZ (PARIS VALE BEM…OUTRA FILOSOFIA)

Alguns intérpretes escreveram que um plano de conquista parecia estar em contradiçón com a intençón filosófica de procurar a harmonia, da reconciliaçón dos elementos opostos que temos vindo a comentar até aqui. Outros autores defenderam que a verdadeira e nobre finalidade do plano exípcio era a “paz perpéctua”, unha paz que resultaba da Guerra Santa contra o infiel que possibilitaba o avanço dos povos cristáns da Europa; assim, a finalidade da guerra debia ser entendida como unha mensaxem de salvaçón cristán, como o anúncio da paz: “pax cristiana universalis perpetua”, no sentido da tradiçón agostiniana, “fazer a guerra para conquistar a paz”. Pelo contrário, se nos limitarmos ao ponto de vista estrictamente político, só podemos ver no plano exípcio a tentativa de afastar Luis XIV das escaramuças europeias perante a oferta de unha presa digna da sua ambiçón (unha empresa que, como todos recordamos, seria mais tarde levada a cabo por Napoleón). Na minha opinión, para podermos perceber melhor esta aparente contradiçón, debemos distinguir dous níveis em Leibniz. Por um lado, como diplomata que está ao serviço dos interesses dos seus príncipes e do Império; nesta perspectiva, o seu realismo político impede-o de acreditar na realizaçón de unha paz perpéctua sobre a unidade entre diferêntes Estados, pois os seus respectivos interesses políticos e económicos em confronto conduziram sempre ao conflicto. Por outro, como filósofo e cientista que acredita na universalidade do saber; deste ponto de vista, Leibniz defenderá que a única via possíbel para unha paz e um entendimento duradouros entre as naçóns tem de ser de natureza espiritual, unha harmonia de interesses que se espalhará polo universo inteiro se as diversas culturas forem capazes de reconhecer o que têm em comum na sua base. Neste sentido, como veremos de seguida, a tarefa do filósofo será conseguir que os monarcas se interessem por promover e divulgar a ciência (fundaçón de academias), embora, para isso, tenha de aliciar a sua ambiçón com benefícios políticos, pois a harmonia non se consegue sem contar com as dissonâncias. Assim, enquanto as manipulaçóns políticas da “Kabinettspolitik” de Leibniz se dedicavam a conseguir alianças transitórias, a sua intençón continha unha finalidade universalista que non se reduzia a um cosmopolitismo sem rosto, xá que previa que as diferentes culturas conservassem o seu carácter individual (como mónadas indestrutíveis), ao mesmo tempo que compunham unha ordem mais complexa que acabaria com as discórdias dos homes. Esta distinçón de níveis permite-nos, neste sentido, ver Leibniz como o primeiro patriota que se opón ao expansionismo françês, como europeísta e como pensador cosmopolita, tudo ao mesmo tempo; que foi capaz de abordar o problema da paz em toda a sua complexidade, sem ignorar muitos dos obstáculos que hoxe o continuam a marcar e a impedir a sua realizaçón, a saber: a conciliaçón de confederaçóns internacionais e nacionalismos, ou a proposta de unha unidade cosmopolita compatíbel com a diversidade multicultural e relixiosa. Em todo o caso, o sentido da teoria e da actividade políticas leibnizianas implica reconhecer o seu fundamento nunha ética (ou “jurisprudência universal”) cuxa finalidade seria apenas a de perseguir a utilidade xeral ou o bem comum, tal como souberam destacar autores de renome internacional, como Patrick Riley, André Robinet ou Werner Schneiders. Por outras palabras, o verdadeiro político debe esforçar-se por adequar a sua tarefa ao “ideal do sábio”, aplicando razón e ordem no decorrer continxente da História, tal como escrebeu em 1701 a Thomas Burnett de Kemney: “O fim da ciência política debe ser fazer florecer o império da razón”. Isto, aplicado ao caso concreto da construçón da Europa moderna ou, se preferirmos, de unha “comunidade europeia”, traduzir-se-á nos escritos leibnizianos em sublinhar o papel mediador de unha comunidade entre o desexado desenvolvimento da Alemanha como unha necessidade forte no âmbito europeu (que pudesse neutralizar o domínio francês) e os interesses claramente universais dos proxectos científico-filosóficos do pensador de Leipzig, que están subxacentes às suas actividades políticas. A 15 de Dezembro de 1672, o barón de Boineburg morre subitamente, o que implicou para Leibniz unha fraxilidade ainda maior da sua missón diplomática, ao perder o apoio do seu protector, ao mesmo tempo que representou um desaire pessoal; anos mais tarde, Leibniz descreberia Boineburg como “um dos maiores homes deste século, que me honrou com unha amizade muito especial”. Xá que a missón política em França tinha fracassado, foi decidido que Melchior Friedrich von Schönborn (sobrinho do príncipe eleitor e xenro de Boineburg) fosse a Londres, acompanhado por Leibniz, para apresentar a mesma proposta de um Congresso de Paz. Estava previsto que depois dessa reunión regressassem a Mainz passando pola Holanda, mas Leibniz recorreu a empréstimos diversos para poder prolongar a sua estada em Paris até 1676, debido ao proveito intelectual que obtinha nesta cidade.

CONCHA ROLDÁN