Arquivos diarios: 18/04/2021

OS DOUS MALATESTAS

Intentámos, com este despropositado artigo “Dos dous Malatestas”, celebrar os mil novecentos do nosso soberbo “Pomar”. Non é que o nosso Malatesta, estivéra mal da testa, polo contrário, tinha as ideias muito bem arrumadas. Tratába-se de um apelido familiar, e como xá sabemos, a nossa liberdade non contêmpla a escolha da família. Apesar deste desprestixiante apelido familiar, era um poeta de fortes convicçóns, que non renunciaba pôr em práctica as suas ideias, e desarrolhar as potencialidades da sua vida. Acçón directa, radical e libertadora. E. non duvidaba expor a sua vida, para favorecer o bem comúm. Som homes como este, que necessitamos como sócios, para melhorar o mundo. Se tivéra habido muitos Malatestas, non andaríamos com a cabeza tán baixa, nem com o cú ó aire por aí adiante. Nem seríamos súbditos desta monarquía bananera, mas seríamos unha Confederaçón Helvética, rica e confiante no futuro, com relóxios de cuco velando os nossos sonhos. E, sobretudo, non uns “cabecitas locas”, andando por aí ao “tun-tun” como cataventos de Dios, nem faría falta que nos asobiáram para beber àgua. Mas, non é deste Malatesta que queremos falar agora, mas doutro malandro estrafalário que conhecemos em Lisboa. Resultará unha diabólica confusón de personáxes, para a qual pido prudência aos nossos sufrídos leitores, à hora de ler este conto completamente destrambelhado. Necessário será reconhecer, que este nosso amigo estaba um pouco (muito pouco) alterado polas fúrias da vingança, debido a uns paulazos no lombo e na cabeça, que lhe administrára um “honrado” taberneiro de configuraçón galega, baixo e quadrado, e com as forzas puxadas polo rude trabalho, que lhe baixarom os fumus de golpe ao nosso desafortunado amigo. E, ademais, o seu relóxio e as suas gafas, desaparecerom como por milágre. O malandro, maliciosamente insinuába, que a Dona Maria do Nascimento, lhe tinha apalpado o cú. Cousa que, duvido, non porque ela non fora capaz disso e de muito mais, pois tratando-se de xuntar os trapinhos com xente nova, era capaz de tudo. Aquí, falando entre nós, eu é que non som de alternar com as minhas inquilinas, pois considero que isso é um críme económico gráve. Bom, chegamos a recomendar-lhe, que dada a atraçón pessoal existênte entre âmbos, mandara a Maria com unha garrafa de butano, xá com a mecha acendida às costas, na direcçón do maldito bar para entregar ao funêsto taberneiro. Mas. o nosso Malatesta, era home contumáz, pertináz, e afortunadamente relápso. Na busca da vinganza, non duvidaba incluso em utilizar as autoridades competêntes, para achandar o terreno. Como consequência de tudo isto, acabámos nunha comisaría de polícia, perto de Santa Apolónia. E, foi só aí, que eu me dei conta, onde fora o “horizonte de sucésos”. “O Largo do Torreirinho”, nada mais, que a Meca de todos os malandros de Lisboa! Persiguenei-me três vezes. E, três vezes, dixem. Dá graças por estáres vivo! Quem se mete, em semelhante lugar? Non merece outra cousa! Apesar de todos estes abatáres, todos conservamos unha gráta lembranza desta época da nossa vida, e das demoradas discusóns filosóficas, mantídas em alta voz (para descrédito do pobo espanhol, diante dos recatados portugueses). Ainda hoxe me acordo do debate mantído na Ordêm dos Médicos (de Luís Suspiros) e também no Restaurante Coelho, esta ainda mais escandalosa que a anterior. Mantinha o nosso Malatesta II, unha curiosa teoría, que hoxe xá passados os anos, non logrou borrar-se da minha memória elefântina: “el, era um Suêvo, grande e inmóbil. Nós, eramos uns Visigodos, pequenos e irrequiétos”. Grandes, ruidosas e demoradas paléstras filosóficas, tán autênticas como a vida mesma.

LÉRIA CULTURAL