Há meio século, René Cresson, excelente professor de filosofía nunha escola francesa, descrevia um viaxante que, fascinado, avista ao lonxe as torres simétricas de unha catedral gótica, e que, ao aproximar-se, descobre com tristeza que os sólidos muros eram apenas cenários montados com enxenhosos recursos de teatro de ópera. Tal como a víctima desta miráxe da catedral, muitos leitores de Hegel – no seu tempo deslumbrados com o seu sistema – acabariam por ser alérxicos até mesmo ao nome do pensador, Daí a metáfora do animal contaminante do qual convém non aproximar-se. Na perspectiva dos seus detractores as únicas razóns para incitar à leitura de Hegel, seriam quase profilácticas: ler Hegel, diz Bertrand Russel, poderia constituir unha espécie de vacina para se inmunizar contra unha determinada práctica da filosofia. A autêntica ascese que implica a imersón na “Fenomenoloxia do Espírito” e, sobretudo, na “Ciência da Lóxica”, implica apostar realmente em encontrar aí o absolucto a tornar-se efectivo; no entanto, após a inevitábel decepçón, o espírito ficará prevenido para sempre e xamais abraçará aquilo que non tiver passado antes pola proba da confrontaçón, quer sexa com a realidade empírica quer com postulados e axiomas lóxicos partilhados pola comunidade filosófica e científica. “Tal como os médicos aprendem unha série de cousas sobre a saúde ao estudarem doenças, também nós podemos aprender muito acerca da saúde filosófica ao estudarmos Hegel”, escreve um estudioso particularmente acutilante, que tem o prazer de citar Santayana, para quem Hegel seria o caso paradigmático de egotismo, que consiste em conciliar as cousas com as palabras e non ao contrário. Porém, este cán morto tem unha estranha característica: o seu enterro entre pestilências repete-se ciclicamente. Na verdade, a nossa víctima da peste teve múltiplos renascimentos, sem deixarmos de lado a possibilidade de o momento em que vivemos ser um deles.