Arquivos diarios: 14/04/2021

RORTY (A VIRAXEM LINGUÍSTICA)

Com este libro Rorty obteve mais conhecimento sobre duas posturas diferêntes acerca da “análise da linguaxem” que tinham marcado a filosofia do século XX: A primeira visava a construçón de unha linguaxem ideal, que tinha a lóxica como modelo; a segunda preferia descreber os usos da “linguaxem ordinária”. A primeira postura era a do positivismo do “Círculo de Viena” – xá a mencionámos -, e a segunda, que surxíu em Inglaterra despois da guerra, era empírica, mas menos intransixente: desconfiaba das xeneralizaçóns, mas non aplicaba um método xeral, multiplicaba exemplos e dissecaba-os minuciosamente. Tentavam esclarecer-se todos os aspectos de um problema em vez de forxar unha soluçón; o senso comum reinaba como máxima autoridade e os enunciados filosóficos eram confrontados com os usos normais das palabras. Em Cambridge, esta escola xá non trataba o metafísico como um vigarista que fazia passar por conhecimento algo que non o era, mas como um doente. John Wisdom, por exemplo, entendia a análise linguística como algo semelhante a unha terapia, mas Rorty leu sobretudo representantes de Oxford, como Gilbert Ryle, e practicaba unha terapia mais rigorosa, era severo com os desvios do uso ordinário das palabras e concentrava-se nalgunhas categorias xerais ou conceitos a que a filosofia dava importância. O britânico J. L. Austin era talvez o mais descriptivo de entre os filósofos da linguaxem e fazia distinçóns tán subtis nos significados e usos de expressóns do inglês que alguns até o confundiam com um filólogo. Rorty sentiu-se mais atraído por este estilo, entre outras razóns porque em Wellesley tivera como directora de departamento Virginia Onderdonk, unha estudiosa do último Wittgenstein, e também porque tinha lido a sua grande obra “Investigaçóns Filosóficas” e começava a ler as ideias de alguns representantes da análise da linguaxem ordinária. Rorty sabia que non podia voltar atrás, que a filosofia teria sempre a ver com a linguaxem, que non fazia sentido pensar em experiências ou dactos independentes dos vocabulários humanos, mas isso non era a mesma cousa que acreditar que existia outro método de análise linguística que solucionaba os problemas filosóficos. Unha cousa é a linguaxem passar para primeiro plano do foco filosófico e outra muito diferente é que a filosofia se debia fazer usando um método linguístico. A viraxem linguística tinha axudado a entender que muitos problemas da filosofia dependiam de imáxes persistentes (por exemplo, os relacionados com a ideia de representaçón), mas isso era diferente de acreditar que a filosofia tinha encontrado outro caminho seguro.

RAMÓN DEL CASTILLO