LOCKE (A MORAL PRÁCTICA NA AUSTERIDADE)

Em Inglaterra, as mudanças relixiosas orixinarom unha moral práctica fundamentada na austeridade, que configuraria grande parte da vida e da obra de Locke. Serve de exemplo a decência e o esmero extremo, roçando o ridículo, que emanava da correspondência amorosa que manteve com diversas mulheres ao longo da sua vida. Naquelas cartas non habia lugar para palabras fora de tom, nem indício algum de unha actitude imprópria nem passional. Manteve sempre um tom de zelosa correçón, apesar de se corresponder com mais de unha xovenzinha ao mesmo tempo. Também notámos essa prudência que o caracterizava na xestón dos textos teóricos suxeitos a unha revisón constânte e publicados tardiamente, quando a situaçón política deixou de lhe ser hostil. Apesar do seu carácter moderado, a sua convicçón e a sua aposta pela tolerância relixiosa lavaram-no a mostrar unha certa aversón pola Igrexa papal e a posicionar-se a favor do anglicanismo. Para sermos xustos, temos de reconhecer que a instituiçón católica tinha dado motivos de sobra para provocar a rexeiçón de qualquer um. As condenaçóns de Roma a cientistas como Giordano Bruno ou Galileu Galilei, por desafiarem a doutrina oficial com as suas teses científicas, ainda ressoavam nas mentes das pessoas bem formadas. Por muito que o seu poder tivesse diminuído, a Igrexa continuava a constituir unha ameaça para os que pecavam por atrevimento. Para evitar represálias, quer fosse por parte da Igrexa quer dos monárquicos absoluctistas, Locke non publicou algunhas das suas obras, até que o cenário político se acalmou com a chegada do novo rexíme parlamentarista de 1689, liderado por Guilherme de Orange.

SERGI AGUILAR

Deixar un comentario