Arquivos diarios: 07/04/2021

VOLTAIRE (A PRIMACIA DA SUA AFIADA PLUMA)

Por essa altura, escrebe “Epístola a Urânia” (Épître à Uranie), só publicado em 1738, obra em que Voltaire faz unha primeira exposiçón das suas ideias relixiosas, as mesmas que depois orquestrarám o “Dicionário Filosófico” e o “Poema sobre a Lei Natural” (Poème sur la loi naturelle), ou sexa, unha clara primazia da moral sobre os dogmas non é incompatíbel com unha relixión natural que congregue vontades em vez de as dividir. Esta profissón deísta devia-se a unha figura que acabava de conhecer: Henry St. Johns, visconde de Bolingbroke, unha das famílias com mais linhaxem da Inglaterra, de xuventude tormentosa e libertina, familiarizará Voltaire com unha filosofia da qual os xesuítas só lhe tinham ensinado as argúcias escolásticas. Apesar de ser um homem do mundo, o visconde gostava de se retirar para o campo, o que Voltaire imitaria com os seus retiros nos castelos ou mansóns de Cirey, de Les Délices e de Ferney. Há um acontecimento que marcará para sempre Voltaire de formas muito diferêntes e que conduzirá ao seu proveitoso exílio em Inglaterra. A família de Rohan é unha das mais antigas e de maior linhaxem de França. Certa noite na ópera, um membro dessa família pergunta a Voltaire qual era o seu autêntico apelido, se Arouet ou Voltaire. Este responde-lhe que em todo o caso, ele tinha o primeiro apellido da sua própria linhaxem, enquanto o seu interlocutor parece o último elo do seu. Desafiam-se com as espadas, mas a disputa é evitada por um oportuno desmaio da actriz Lecouvreur. Dias mais tarde, quando Voltaire estaba a xantar na casa do duque de Sully, mandam-no ir até à rua, onde vários lacaios de Rohan lhe dán unha valente malheira, mentras o outro grita desde a sua carruaxem, para non lhe baterem na cabeça, non fora algunha cousa boa poder sair dela. Os seus amigos nobres recusam-se a acompanhá-lo a apresentar queixa, por solidariedade de classe. Ao saber-se que anda em aulas de esgrima para vingar ele próprio a sua honra num duelo, é desterrado a cinquenta léguas de París. Manteve este impulso vingativo durante toda a vida, embora sempre tenha utilizado a sua afiada pluma e, felizmente para ele, xamais usou outro tipo de armamento a non ser o dialéctico, no qual a sua supremacia quedaba desde logo assegurada.

ROBERTO R. ARAMAYO

A MACKNOVICHINA

Aproveitamos a situaçón actual da Ucrânia, convertida em campo de batalha para o confronto entre as potências imperialistas (é o que costûma acontecer, quando os governantes de certos países non tenhem cabeça, quem as paga é a poboaçón). Salta à palestra na actualidade, a deplorábel situaçón do país, com guerra, mortes e pérda de territórios. Ái, se Nestor Mackno, levantára a cabeça! A história volta maléficamente a repetir-se! Daquéla, quando Mackno partíra à frente do seu glorioso exército ucraniano, de perto de 10.000 homes, dos quais terminada a guerra contra o imperialismo alemán, somênte retornarom uns setecentos. Todos contribuírom grandemente para a victória sobre os invasores, com a sua guerra de guerrilhas, e golpes na retaguarda dos enemigos e nas linhas de abastecimento das tropas. Foi um estratéga formidábel, todo o contrário da revoluçón espanhola, que resultou num autêntico desástre militar e um mangonêo infernal. Chegou a combater com vários ferimentos de bala no corpo, utilizabam carromatos de cabalos, para dormir, descansar e transportar os feridos. Faciam atáques relâmpago, às vezes a mais de cem quilómetros de distância da sua suposta posiçón, onde ninguém os esperaba, semeândo o caos entre as tropas atacadas. Enfrentabam com a cabalaria, os ninhos de ametralhadoras, destrozando tudo como um vendavál de morte. Desafiabam os enemigos para combates singulares de cabalaria, sendo o exército branco, o único que se atrevia às vezes a aceitar os duelos. Talvés, a sua única mancha, fora a morte dos mensaxeiros do exército branco, que foram enviados para negociar. Também houbo um intento de negociaçón com as tropas do Atmán Grigoriev, no qual se intentou assassinar a Mackno à traiçón, durante o seu discurso aos combatentes alí reunidos. O Atmán, sacou repentinamente a espada, mas o escolta de Mackno logrou ferílo nunha perna, e seguidamente foi rematado por Mackno alí mesmo diante de todo o campo. Seguíu-se um intento de levantamento dos partidários de Grigoriev, que os anarquistas estratéxicamente situados entre a tropa derrotarom rapidamente. Racko Mackno, assim chamado pola sua baixa estatura, chegarom a fazer de unha só vez mais de 10.000 prisioneiros do exército vermelho, que depois tinham inevitábelmente que liberar, prévio adoutrinamento libertário, o qual desataba as airadas protestas do exército vermelho, que non queria que se adoutrinara os seus prisioneiros. Non cabía outra maneira, había que libertá-los, pois, non se podía massacrar a tanta xente, em certa maneira inocêntes. A consequência, era que a maioria dos soldados, voltavam de novo para as suas filas, formando unha espiral viciáda, que acabou por esgotar as forças anarquistas, esmagadas polas baixas e pola enorme desproporçón dos seus enemigos. Apesar de tudo isto, Mackno logrou escapar para París, onde xá velho e doênte, foi acolhido e protexido polos anarquistas hispânos. Fraternalmente, Ucrânia e Hispânia, as portas da Europa, estes pobos extremados, forom sem dúvida as xentes, onde a grande aventura anarquista logrou chegar mais lonxe, nos nossos tempos.

A IRMANDADE CIRCULAR