Arquivos diarios: 02/03/2021

“A XENTE NON GOSTA QUE, UM TENHA A SUA PRÓPRIA FÉ”

Embora, porêm, non só, mas também. O outro dia, encontrando-me eu, recostado nos meus aposentos palacianos, e padecendo o tédio repugnante destes informativos das democracias-monárquicas, heis que de súbito “salta la chíspa, que rompe las tinieblas”! Victória Abril, em televisón, explêndida, fantástica, por inesperada. Talvés, os seus argumentos, non foram os melhores,nem os mais apropriados, Mas a sua intuiçón, a sua honestidade, e sobre tudo a sua impotência, intentando informar e salvar os seus da “Plandémia”, enfrentando cara a cara um público de mostrêngos adoutrinados. Confesso, que me conmoveu bastânte. Som estes raros momentos de beleza, que dán sentido às nossas vidas, e que aumentam um pouco a nossa estima por esta subespécie de macacos, chamados humanos. Em certo modo, fai-nos sentir que non estámos sós. E, quero por isto, agradecer a Victória Abril, que se tenha exposto publicamente desta maneira tán vehemente, e que pense que tudo vale a pena, se a alma non é pequena. E, que, non há maior orgulho que “non seguir ao abandeirado”.

Léria Cultural

FILOSOFIA MEDIEVAL (A INFLUÊNÇA GREGA)

A primeira assimilaçon cristán do neoplatonismo é encontrada nos padres gregos Gregório de Nissa e Dionísio Areopagita, também chamado (Pseudo-Dionísio, que entrou na escolástica através de Xoán Escoto Erígena), e no principal padre latino, Santo Agostinho. Outra influênça de primeira importância foi Aristóteles. Apesar da cronoloxia, o seu impácto foi tardío no pensamento latino, sem dúvida devido ao racionalismo e ao naturalismo, que eram dificilmente absorvidos pola teoloxía cristán. O seu domínio, no entanto, chegaría a ser hexemónico durante séculos tanto no mundo árabe como no latino. Além da sua lóxica, que, unha vez conhecida, se impón graças à sua própria maturidade até aos tempos modernos, encontramos um eco das suas doutrinas em metafísica: hilemorfismo (teoria matéria-forma ou acto-potência), primacía da substância dentro das categorias e doutrina das quatro causas (eficiente, formal, material e final) necessárias para a existência dos seres. Em psicoloxía, através da sua teoria do intelecto. Em ética, na sua concepçón da felicidade e na sua definiçón da virtude. Na sua Física, explica a natureza de um modo imanente, guiada por unha teleoloxía interna que exclui o demiurgo platónico e o posterior criacionismo monoteísta: a natureza é o princípio e a causa do movimento e repouso das cousas. O realismo da sua política bem como a sua análise dos diversos rexímes rectos e corrompidos tiveram um bom acolhimento na Idade Média a partir do século XIII, mas non tanto a sua defesa do sistema democrático como horizonte político da humanidade. Na sua cosmoloxía, parte da afirmaçón da eternidade do universo, dada a eternidade do movimento e da sua estructura hilemórfica. Distingue o mundo celeste ou supralunar do mundo sublunar, sendo aquel imutábel, imperecedeiro e rexído polo movimento circular, enquanto este é alterábel e perecíbel e caracteriza-se polo movimento rectilíneo; o nosso mundo é esférico e imóvel e está situado no centro do universo e rodeado polas esferas celestes, no final das quais se encontra o céu das estrelas fixas. Acrescentemos que a nova física de Galileu deitou por terra as bases da física e da astronomía aristotélicas, até entón comummente aceites nos meios académicos

ANDRÉS MARTÍNEZ LORCA