Arquivos diarios: 22/02/2021

NIETZSCHE (ZARATUSTRA NON CHORA A MORTE DE DEUS)

Zaratustra é o filósofo do aberto, o filósofo aventureiro, capaz de rir e de dançar na intempérie. Non chora à morte de Deus, porque interpreta qualquer perda como unha abertura, um acontecimento que abre possibilidades novas e imprevistas. Unha perda é também um desprendimento, unha ocasión para a lixeireza. Zaratustra, o dos “pés lixeiros”, o primeiro filósofo que sabe dançar. Que diferente dos filósofos dogmáticos e idealistas, de todos aqueles pensadores que necessitam sempre de sentir-se seguros, que só sabem pensar refastelados nos seus cadeiróns e encerrados nos seus grandes sistemas! A principal tarefa que espera o novo filósofo é a de repensar o “ser”. Encontrar unha maneira non metafísica de conceber o ser “íntimo” das cousas. Trata-se de um desafio descomunal. Vimos mais acima que o problema da morte de Deus radica no facto de nos atirar para um nihilismo completo, para unha “desvalorizaçón de todos os valores”. Vimos também que, ao afundar-se o mundo suprassensíbel, ficamos também sem todos os critérios, princípios, normas, etc… com que nos guiamos no mundo senssíbel. O desaparecimento do mais além metafísico comporta, definitivamente, a perda do nosso mais aqui, do mundo tal como o conhecemos. Por tudo o que foi exposto anteriormente, as perguntas que se apresentam a Zaratrusta som da máxima envergadura. Como valorizar a vida quando todos os valores deixaram de valer? Como dar um sentido e um fundamento à vida quando se evaporou o único lugar a partir do qual era possíbel fundamentar e dar sentido às cousas? A partir daqui, Nietzsche tentará sem descanso abordar o problema da vida de forma “imanente”, isto é, sem recorrer a princípios transcendentes, a nada que estexa por cima ou por baixo dela mesma. Todos os seus esforços seram dirixidos para a construçón de um pensamento que, evitando as infinitas armadilhas do nihilismo, sexa capaz de afirmar a vida, esta “vida”, de forma absolucta. E o primeiro cabalo de batalha da nova filosofia é a contraposiçón entre “ser” e “devir”. O mundo é um xigantesco cenário no qual tudo está em constante movimento. Non há nada que non estexa de algúm modo submetido à mudança, desde um grán de areia a unha grande montanha, passando por todos os seres vivos. No entanto, e como vimos, para o metafísico o autêntico ser pertence ao fixo e imutábel. Tudo o que se encontra no nosso planeta, tudo o que está colocado no espaço e no tempo, possui o atributo do “ser” unicamente como algo emprestado; em contraste, existe outro nível de realidade no qual as cousas som estácticas e imperecedeiras e podem disfrutar do ser em propriedade. Para o metafísico existe, claramente, unha contraposiçón entre o que passa e o que permanece, entre o que devém e o que é.

TONI LLÁCER

LITERATURA CASTELÁN (17) (AS JARCHAS ROMÂNCES)

Stern déra a conhecer também a descoberta de unha só “jarcha”, dentro de unha “moaxaja” árabe. Agora bem, o arabista Emilio García Gómez publicou em 1952 vintiquatro “jarchas românces” pertencêntes a outras tantas “moaxajas” árabes, contídas no manuscrípto de Ibn Bushrà, propriedade do sábio françês G. S. Colin. A elas xuntou outras duas, extraídas do mesmo documento, que publicou em 1954. Outras quatorze mais, contídas num texto de Ibn al-Jatib; e outra, ignorada até entón, de Ibn Quzman. Habida conta que algunhas déstas “jarchas” están repetidas em diferêntes “moaxajas”, árabes ou hebreas. O número total das conhecidas, até hoxe, é de quarenta e três. García Gómez, non tinha podido dar a conhecer num princípio o texto das “jarchas” unido às suas “moaxajas” correspondentes, defeito fundamental, que el mesmo lamenta. Mas, ao fim, no seu mais recente libro “Las Jarchas Românces de la serie árabe en su marco”, Madrid, 1965 -, publicando de forma íntegra a série de “moaxajas” com as suas respectivas “jarchas”, descobertas até ao momento; primeira obra desta natureza que viu a luz. A existência de tán considerábel material permitíu afundar extraordinariamente nas investigaçóns, e se por unha parte multiplicou os problemas, fai possíbel chegar à sua vez a conclusóns muito importântes. Algunhas delas forom xá formuladas por García Gómez em 1956. Desta comunicaçón extraemos algúns dos pontos principais: “Chegamos probabelmente a captar o segredo do xénero chamado “muwassaha”, que consiste em ser unha composiçón onde o essêncial resulta ser a “jarŷa”. A “estrofa zejelesca” – a estructura xeral do poema – perdeu para nós interesse. O “zéjel” passou de momento para segundo têrmo. O primeiro têrmo e o interesse é ocupado polas “jarŷas” (palabras que, despois das de Dámaso Alonso arriba transcríptas, non necessitam aclaraçón, dado que venhem a confirmar as suas intuiçóns). “Nas “jarŷas” românces podemos ver unha milagrosa supervivênça da poesía românce preexistênte às “muwassahas” de que falaba Ribera”. “¿Como era esta poesía lírica ao estilo dos cristáns? Para mim – que aceito a sua supervivênça nas “jarŷas românces” e a utilizou aquí como hipôtese de trabalho – era unha poesía em pezas sumamente curtas, como as “jarŷas” às quais alúdo: cançóncinhas de dous, três, quatro e de muitos poucos versos mais, de aire popular e tôm lírico. O que foram tán breves non resulta raro. Todavía hoxe a poesía popular espanhola, em quase todas as rexións, se expressa em “coplas” de estas dimensóns, como antes estivo repressentada polo que chamamos “villancicos”.

J. L. ALBORG