Arquivos diarios: 20/02/2021

AS FONTES DA FILOSOFIA ESTOICA

Como xá dissemos, a história do estoicismo divide-se em três fases. As duas primeiras: -a antiga (século III a. C.), e a média (séculos II e I a. C.). Quase que non se conservam textos orixinais, e todo o nosso conhecimento está reducido às referências de autores posteriores. O lamentábel estado de conservaçón das testemunhas, aliás decissivo na explicaçón do actual esquecimento a que o estoicismo foi votado, foi, felizmente, atenuado por três circunstâncias favoráveis (se bem non para aqueles que as viveram, polo menos para a posteridade). Forom encontrados papiros em Herculano, cidade romana da rexión da Campânia (ao sul da península itálica) que, tal como Pompeios, ficou subterrada no ano 79 d. C., debaixo de cinzas, lama e lava provenientes da eupçón do Vesúvio, e que foi descoberta em 1738 durante unha escavaçón. Em segundo lugar, existem as citaçóns dos escritores posteriores (Plutarco, Galeno, Cícero, Dióxenes Laércio e muitos mais) que, muitas vezes, expôem as suas ideias estoicas sem as atribuírem a um autor em particular, dificultando, dessa maneira a compreensón da evoluçón orgânica do estoicismo e, polo contrário, favorecendo unha percepçón sincrónica, isto é, como unha doutrina unitária. Em terceiro lugar, contamos com as informaçóns indirectas, comentários breves e de passaxem, que non podemos considerar citaçóns literais, nem exposiçóns sérias, tanto nos autores mencionados como noutros. Este é todo o material de que dispomos para conhecer as ideias dos três primeiros séculos do estoicismo. Citemos Long para unha avaliaçón destes materiais: “Teria sido desexábel especificarmos as contribuiçóns dos diversos autores mas, em muitos casos, a tarefa revela-se impossíbel; é mais certeiro dizer-se (tal era o ponto de vista xeral estoico sobre a virtude) do que (Zenón assim o formulou) ou (o ponto de vista de Crisipo era o seguinte)”. Por conseguinte, o estoicismo antigo e médio non se pode especificar muito mais do que aquilo que apresentamos adiante, nomeadamente as linhas méstras da sua doutrina.

J. A. CARDONA

MARÍA SOLIÑA (1)

Nos séculos XVI e XVII, numerosas mulheres de cangas forom xulgadas polo tribunal do Santo Ofício (Inquisiçón) por suposta “bruxaría”. Hoxe em dia sabemos que acabarom confesando atrocidades à força de espantosos tormentos, víctimas das invençóns dos inquisidores. A mais lembrada é, probabelmente, María Soliña. Foi condenada alá polo século XVII pola Santa Inquisiçón, acusada de bruxaría. Aínda que se sabe que nasceu no ano 1551, na própria vila de Cangas, a data da sua morte desconhece-se, non existe partida de defunçón. Este último punto, ofertou à imaxinaçón popular as assas necessárias para criar a personáxe nunca morta de María Soliña. Sendo muito nova, María casou com Pedro Barba, um pescador da vila, que chegou a possuir, ademais da sua embarcaçón (unha dorna), unha empressa de manufactura de peixe. O matrimónio tivo filhos, ainda que se desconhece o número. A família Barba vivía nunha casa de dous andáres de pedra, no centro da vila, das típicas casas de patín de Cangas. María Soliña, por herança, possuía várias fincas. Pedro Barba e o seu cunhado, o irmán de María, tinham criádo unha empressa entrámbolos dous para pescar, manufacturar e exportar peixe da ría; mas, as possesóns mais importantes da família eram os dereitos de presentaçón desta mulher em várias capelas e freguesías da zona, entre elas na Colexiata de Cangas do Morrazo e na Igrexa de San Cibrán de Aldán, dereitos polos quais os sucessores dos fundadores destas podíam propor o seu titular cando quedara vacânte, e à sua vez participar dos benefícios que aquelas xerabam. Os dactos históricos assinálam que entre os anos 1599 e 1639 os corsários, que recebem este nome por terem liçênza real, e os piratas, que normalmente trabalhabam pola sua conta, sem que isto impéça, que repartam benefícios com as coroas, tanto de orixe holandesa, como françêsa. Atacam, assaltam e roubam as costas de Vigo e a península do Morrazo. Um memorial do procurador Xerónimo Núñez relata como no ano 1617 unha esquadra de piratas turcos chegou à ria de Vigo, desembarcando a dous mil homes em Cangas, entre punta Rodeira e punta Baleia. A vila foi saqueada e queimada. A “caza de bruxas” esteve directamente provocada polo empobrecimento xeral, que seguíu à invasón turca (informamos aquí, que há outra versón que culpa os militares, polos acontecimentos que perderom a María Soliña). A pequena nobreza viu descender as suas rendas de maneira alarmante, polo que buscaría por todos os meios os recursos necessários para manter o seu nível de vida.

COUSAS DE (REVISTA – VERÁN 2020)