EM NOME DE GUILLADE (RAÍZ CRÍTICA-ETIMOLÓXICA DO NOME)

Unha vez mais, nos afundamos na vertíxem do nome de Guillade, a nossa primeira terra. Para mergulhar na poeira dos tempos, em busca da orixe désta palabra. “Guillade” – a inicial “gui”, parece non pertencer às falas prerromanas hispânas, segundo a sábia opinión de Corominas, opôndo-se désta maneira a unha orixem ibérica. “Gui” – podería significar “filón de mineral” ferruxinoso, dos explorados em minas, em contraposiçón aos pétreos que se chamam “veta”. “Guilla” – pedra pelada, pequena, de matéria quarzosa. Que vêm do antigo galego “aguilla”, de orixem incerto, pode que do latím vulgar “petra aquilea”, pedra aguda, aguillón. Que à sua vez, sería unha variante do latím clássico “aquileus”, que estaría relacionado com àgua. “Aguilla” – “pedras de àgua”, seixos; empregados nos empedrados dos poboados da montanha, para pavimentar as estradas, as ruas e as entradas das casas. Pedrinhas de cantos rodados, de arroios, regatos e ribeiros. “Aguilla” – grava, greda, seixo, seixárro, guierro, ferro e arro (que é um sufíxo prerromano de orixe remota). “Pedras Guillas” – “pedra aguillón”, pedra que fere como um aguillón, os pés dos caminhantes e os cascos dos animais. “Tu ó fonte, que marmurando / vás, entre guillas correndo.” (Tirso); “Nas cortes das serras, / solos arroios murmuram, / em brancas guixas e areias. (Calderon); “Mil cláusulas lisonxeiras / fai ó compás desta fonte, / cítara de prata e perlas, / porque som em trastes de ouro, / as guillas temperadas cordas.” (Quixote). Entrámos agora, dando um xiro da fortuna, nas bondades etimolóxicas da palabra. “Guilla” – do hispâno-àrabe colheita “gílla”, colheita copiosa, fartura em productos da terra, abundância de frutos. “Guillote” – colheiteiro, usufructuário, folgazán, aficcionado à guilla, acostumado a non trabalhar, avarento e egoísta. “Sempre vexo em casa guilla, / e abondo me farto eu.” Eu sei que o mundo falaba, com invexa com maldade, que ésta era unha terra de “guilla”, mas muitas das malas costûmes eram fruto da necessidade urxente, que levava a viver da coráxe. “Guilla” – desexo instintivo, atençón absorbida em algo, engano, mentira, chifradura. “Guinhar-se” – fazer o sinal dos malfeitores de caminhos, para fuxir, qual raposa ou beato santurrón. “Guillemo-nos” – escapemos, fuxámos, escabulhámo-nos, mas o melhor é escafeder-se chifradamente! Quando venham a Guillade, non tenham medo, non tenham medo da fama, que a fama às vezes difama, xente boa, xente honrrada!

LÉRIA CULTURAL

Deixar un comentario