Arquivos diarios: 08/02/2021

BERKELEY E SWIFT “SÍNDROME DE GULLIVER”

Mas non foram somente os afectos e as paixóns (com estranhas heranças recebidas), Newton e a matemática, e a sua certeza filosófica ou as falsidades pseudocientíficas, que uniram Berkeley e Swift. Ambos se envolveram na situaçón política irlandesa e deram mostras das suas respectivas personalidades. Berkeley realizou propostas mais técnicas e Swift, mais políticas; a postura analítica do primeiro contrasta com a paixón social e literária do segundo. Existe a impressón xeneralizada de que a obra-prima de Jonathan Swift, “As Viáxes de Gulliver”, é um libro dirixido ao público infantil. Todavia, estamos perante unha sátira carregada de ironia, que requer um leitor adulto. Non há sector da sociedade inglesa que se salve de ser ridicularizado por Swift, que indubitavelmente tinha unha visón negativa, tanto do ser humano como da sociedade britânica. As Viaxens de Gulliver, publicado em 1726, contêm numerosas referências directas à política inglesa. A imaxem de Gulliver chegando de Lilipute, onde era um xigante, a um país em que é apenas um pigmeu afigura-se assaz didáctica. Mas há mais. No libro, encontram-se referências aos filósofos mais portentosos da época, e alguns xulgam ver a silhueta de Isaac Newton, no alfaiate de Gulliver ou na figura do Climenole, suxerida polo carácter distraído do autor dos “Principia”. A sátira de Gulliver contém unha crítica contra o cientificismo mais do que contra a ciência em si. E, sobretudo, contra quem, mediante cálculos matemáticos, abusaba da credulidade das pessoas, levando-as inclusivamente à ruína. Swift também invéste contra os profissionais da impostura que misturabam a ciência e o misticismo para se aproveitarem dos inxénuos. Pola sua parte, Berkeley, embora manifestando desacordo acerca de algunhas decisóns políticas, optou polo respeito ao poder constituído. O seu precoce “Discurso sobre a Obediência Passiva”, publicado em 1712, xá contém o fundamento da sua crítica ao laicismo e ao Iluminismo, partindo da certeza de que o home apenas pode ser feliz se respeitar as leis sociais estabelecidas, inspiradas no modelo das leis naturais divinas. Com este escorço platónico, Berkeley nega a possibilidade da desobediência civil, xá que questionar o poder seria como questionar Deus. Swift foi muito mais lonxe do que o seu amigo Berkeley na crítica às instituiçóns que convertem o home num escravo dos lugares que habita, só lhe restando a invençón de outros mundos, unha espécie de “síndrome de Gulliver” com a correspondente carga reivindicativa que somente a fantasía pode enxendrar. Os dous amigos sabiam que está tudo na mente, porém, Swift usaba o sarcásmo non como válvula de escape, mas como opçón. Por isso, o capitán Lemuel Gulliver, depois de visitar os anóns de Lilipute, os xigantes de Brobdingnag e os extravagantes cientistas de Laputa, apercebe-se de que o próprio home, grande ao lado de um mais pequeno, parece ridículo ao lado de outro maior. Essa insuportábel leveza do ser foi interiorizada por Swift, até ao estremecimento, ao longo da sua vida e, naturalmente, na outra que vivenciou sob o nome de Gulliver.

LUIS ALFONSO IGLESIAS HUELGA

CHÉJOV (NO FIM A NOSTALXÍA)

A última obra dramática, O Xardím dos Cereixos (1903), é unha das mais enigmáticas de Chéjov. Os elementos satíricos, fundidos com os líricos no mesmo contexto, impedem unha interpretaçón unívoca. Reducida ao seu esquema mais simples, a obra trata da decadência dos nobres e fidalgos e do ascenso dos homes de empressa, os capitalistas, mais bastos e grosseiros, mas também mais prácticos e soberbos. Unha propriedade com um xardím de cereixos foi subastada. Para os velhos donos, Ranévskaia e Gáev, o xardím tinha representado tudo nas suas vidas. O novo dono, Lopajin, quer cortá-lo, porque necessita o terreno para outros fíns. As personáxes agrupan-se de acordo com a sua actitude respeito do xardím. Para Ranévskaia e Gáev simboliza unha vida folgada e sem preocupaçóns; para Lopajin, filho e neto de servos, o xardím representa unha etapa na sua carreira ascendente cara à riqueza e talvés unha ressentída vingânza histórica. O desenlace é tráxico, no final escuitamos os machadazos que cortam a vida das cereixeiras. Mas, também están as personáxes positivas, Petia Trofímov e Ania, que sonham com unha Russia convertida enteira num xardím em flor. Unha vez mais, como tráxico trasfundo, a situaçón social e política da Russia, um país que a nobreza tinha arruinado, mas que a burguesía, crescida nos instertícios do rexíme zarista, tampouco estaba em condiçóns de transformar. Chéjov passou os últimos anos da sua vida em Yalta, nas marxêns do mar Negro, para onde se mudou com a sua família em 1898. Um empeoramento da sua saúde, unido à morte do seu pái, que se había encarinhado muito com Mélijovo, decidirom-no a vender a finca e fazer construir unha fermosa casa na falda dunha montanha desde a qual se dominaba toda a cidade de Yalta e o mar. Alí Chéjov frequentou assiduamente a Tolstoi, a Máximo Gorki e a Iván Bunin, as figuras literárias mais importantes da época. Non obstânte, o escritor sentia-se desterrado em Yalta. O seu matrimónio com a actriz Olga Knipper, mudou muito pouco a sua vida. Incluso fixo mais insostíbel o seu alonxamento de Moscovo, onde a sua esposa colheitaba triunfos escênicos, aos quais non quixéra renunciar. Na primavera de 1904 a saúde de Chéjov empeorou considerabelmente. Os médicos decidirom enviá-lo para o balneário alemán de Badenweiler. Non era a primeira vez que viaxába para Europa. Tinha visitado França e Itália nunha meia docena de ocasións. Amaba a cultura europeia e queria para Russia o melhor que tinha visto nestes viáxes. No momento de partir, quando saía para Badenweiler, dixo-lhe a um amigo que o despedia na estaçón: “Vou alí para morrer.” A morte aconteceu nunha estaçón alemán o quinze de Xulho de 1904, aos quarenta e três anos de idade, quando todavía se podia esperar del logros ainda mais excelentes. Evidentemente, a grandeza da sua obra reside em haber sabido pintar a monotonia e a vida quotidiana de homes vulgares suxeitos a um destino medíocre. O seu mesmo linguáxe narrativo, que tanto habia maravilhado a Tolstoi, é simples, enxuto e reservado, totalmente alheio ao menor atísbo de retórica. Tampouco era o seu elaborar grandes intrigas e complicadas tramas. Polo contrário, soubo ver na sinxelêza e na fugacidade a única possibilidade de salvaçón para o ser humano.

JOSÉ FERNÁNDEZ SÁNCHEZ