Arquivos diarios: 06/02/2021

A RELAÇÓN DE REDUCÇÓN

De acordo com positivistas lóxicos como Carnap, se o confronto entre as proposiçóns extraídas da teoría e as que derivam da experiência derem resultados positivos, a teoría vai-se tornando cada vez mais provável. Na leitura popperiana desta situaçón, a teoria é simplesmente corroborada e convém tentar refutá-la a partir da observaçón de outros factos particulares; se, por fim, a teoria é refutada, debemos abandoná-la imediata e definitivamente, sob pena de estarmos dispostos a tornar-nos pseudocientistas intelectualmente desonestos. Sexa como for, em âmbas as leituras das relaçóns possíveis entre teoria e experiência, tudo aquilo a que nos conduz a ivestigaçón empírica no que concerne a unha determinada teoria é a preservá-la tal qual, bem confirmada ou, se se preferir, bem corroborada, ou a rexeitá-la como falsa. Non há alternativa. Quanto à relaçón que pode ser estabelecida entre duas teorias que tratam do mesmo campo da experiência, de acordo com a visón clássica existe apenas unha relaçón interessante: a “relaçón de reducçón”. Unha teoria (admitida como adequada até nova ordem) pode estar na relaçón de ser reductíbel a outra teoria (igualmente admitida como adequada até nova ordem), o que equivale a dizer que os conceitos básicos da primeira podem ser definidos em funçón dos conceitos básicos da segunda, e que os princípios fundamentais (axiomas) da primeira som loxicamente deductíbeis dos da segunda. Quando isso acontece, pode dizer-se que a segunda teoria é a mais xeral e, se se conserva a primeira na tradiçón da disciplina, é só por ser mais fácil de entender ou aplicar, ou talvez também por razóns didácticas. No entanto, parte-se do pressuposto incontrovertíbel de que todos os conhecimentos contidos na primeira teoria também estaram contidos na segunda, considerada a melhor. De acordo com esta visón, o progresso teórico nas ciências empíricas consistiria num progresso por “acumulaçón”. Assim, por exemplo, supôn-se que o sistema heliocêntrico de Copérnico foi primeiro reduzido ao sistema planetário elipsoidal de Kepler, este por sua vez foi reduzido à teoria da gravitaçón de Newton, e esta por fim à teoria da relactividade xeral de Einstein. Por isso, podemos falar de um progresso na astronomia: todo “o bom” das teorias anteriores é conservado nas posteriores, e todo “o mau” é rexeitado.

C. ULISES MOULINES

LITERATURA CLÁSSICA GREGA (A ESPARTA DE TIRTEO)

Do outro lado do Exeo, na rica Laconia, Tirteo cantaba temas políticos e militares em elegías non menos “homéricas” que as do seu contemporâneo Calino – unha medida do extremo até ó qual os poemas épicos xónicos tinham criado por entón entre os gregos unha unidade cultural que transcendia a rivalidade dialectal e étnica -. O nome do pai de Tirteo, Arquembroto, chegou até nos; tudo o demais sobre a vida do poeta é como muito deducçón a partir dos seus versos, e no pior dos casos simples ficçón. A suposta incongruência do dialecto xónico na dórica Esparta orixinou um rumor acerca do seu orixem milésio, e Platón (ao que fixérom eco muitos escritores posteriores) incluso o reclamou para Atenas. Mas, o tôn autoritário que adopta ao mostrar o estamento guerreiro espartano, o seu ofício parece negar um orixem estranxeiro; e os ocasionais dorismos da sua dicçón – acusativos da primeira declinaçón em “aç”, futuro em “eupev” – talvés rebelam acentos dunha orixem ao que o Xónio estaba pouco acostumado. Durante um século, a partir do final do VII, Esparta había de disfrutar do apoxeo de unha forma de vida culta que deixou um rastro em marfim e ouro, em xarros de bronce de surprehendente labrado, em cerámica da melhor qualidade e nas odas de Alcmán. A xeraçón de Tirteo perseguíu encarecidamente esta prosperidade, lutando e morrendo para sufocar a rebelión do rico território de Mesenia, que, conquistado em princípio polos seus avôs no último terço do século VIII, tinha-se convertido nos cemêntos da economia espartana. Esta crise militar de mediados do século VII e o descontento político a que deu lugar a pérda das posesóns mesénicas, inspirarom a totalidade da produçón poética de Tirteo, polo menos no que podemos afirmar partindo do conservado. A crise política tomou unha forma, que había de convertir-se em rasgo regular da história da Grecia: a esixência de um reparto de terras. Aqueles cuxas rendas tinham caído ou desaparecido com a perda de Mesenia, virom-se abocados ao limíte da revoluçón; as suas esixências eram as mais acuciantes dentro de um povo que mantinha subxugada com dificuldade a unha poboaçón de escrávos; e, ainda mais, eram guerreiros cidadáns de um Estado no qual os dereitos políticos estabam virtualmente monopolizados pola soldadesca. Tirteo reanimou a sua lealdade apelando à orixe divina da ordem existente, e à vez fustigou o derrotismo e insuflou-lhes o espírito de lutar para recuperar o perdido. O seu poema “Eunomía”, “Boa ordem”, que só se conserva nalgúns fragmentos, recapitulaba ao parecer a história de Esparta, insistindo no papel da divina providência no dessarolho da Constituiçón espartana. Talvés bastou com esta propaganda relixiosa, talvés a saída victoriosa da guerra e a recuperaçón económica que seguíu à victória, evitarom as pressóns para que houbera um câmbio político. Em qualquer caso, a Constituiçón espartana, sobreviveu esta proba. A rebelión mesénia apenas debeu de surpreender a Esparta. Tirteo descrebe a amarga guerra de vinte anos que o rei espartano Teopompo sostívo para ganhar aquel rico território – sem dúvida como exemplo de resistência que há que emular – , e non há rastro de piedade, nas suas descripçóns das condiçóns às que eram reducidas os seus habitantes.

P. E. EASTERLING E B. M. W. KNOX (EDS.)