Arquivos diarios: 30/12/2020

RORTY (LINGUAXEM E HISTÓRIAS)

Em 1961, quando Rorty deixou Wellesley e entrou na Universidade de Princeton, algo começou a mudar. Foi contratado para ensinar filosofia grega por Gregory Vlastos, que naquela altura começava a dirixir o departamento de filosofia e tentaba pô-lo ao nível de outras universidades de renome. Em xovem, Vlastos tinha sido pastor congregacionalista e colaborado nunha publicaçón protestante independente, “The Christian Century”. Chegou a Princeton depois de enveredar pola filosofia analítica na Universidade de Cornell e tornou-se nunha figura de referência nos estudos de filosofia clássica. Probabelmente, o facto de Rorty ter feito cursos de grego e de ter combinado Aristóteles e Carnap na sua curiosa tese de doutoramento facilitou a contrataçón, mas ele soube desde o início que a longo prazo non sería o home de que Vlastos andava à procura. Acabou por ensinar Aristóteles, enquanto Vlastos se encarregou de Sócrates e Platón. Ao cabo de alguns meses, efectivamente, Rorty foi substituído, mas para seu espanto Vlastos ofereceu-lhe um contracto por mais três anos e acabou por se tornar efectivo em Princeton, onde permaneceu até 1982. Durante esta etapa Rorty teve como colegas figuras como Thomas Kuhn, Donald Davidson e Saul Kripke, pensadores cuxas ideias teríam unha influênça enorme no campo da história da ciência e da filosofia da linguaxem de anos posteriores. Rorty ministrou cursos sobre Sellars e Quine, e sobre temas como a filosofia da mente. Pouco a pouco, a sua maneira de trabalhar começóu a organizar-se com as técnicas da filosofia analítica. Para fazer parte desse mundo, publicar tornou-se unha prioridade, mas os seus primeiros trabalhos continuaram a ser mais comparativos do que analíticos; xuntaba, por exemplo, Peirce e Wittgenstein. Era como se non conseguisse pensar sobre um tema a non ser imaxinando um contraste entre duas pessoas com temperamentos muito diferentes. Analisava ideias de um lado e do outro, mas ao mesmo tempo comparaba um filósofo com afán sistemático com outro de espírito “desmontador”. O seu primeiro ensaio non comparativo (o ensaio em que tentaba pôr-se à altura do que faziam os seus colegas em Princeton que vinham de Harvard e Oxford) inspirou-se nas ideias de Sellars sobre o carácter linguístico da consciência e versou sobre a diferença entre os processos cerebrais e as sensaçóns vividas. Este ensaio teve unha recepçón favorábel e fê-lo pensar que tinha algum futuro no mundo da filosofia analítica. Publicou mais trabalhos sobre o tema, embora a contribuiçón para a empresa analítica com que ganhou algum crédito tivesse sido a sua introduçón nunha antoloxia de trabalhos intitulada “A Viraxem Linguística” (1967), onde tentou encontrar resposta para a pergunta: ¿O que significa exactamente a filosofia consistir, ou deber consistir, “em análise da linguaxem”?

RAMÓN DEL CASTILLO