¡¡QUE NADA SE SABE!! (40)

Há outro xénero de cousas -completamente oposto ao das grandes cousas- cuxo ser é tán diminuto que com dificuldade pode ser comprehendido pola mente. E destas existe grande abundância; sendo o seu conhecimento sumamente necessário para a ciência, non obstante quase carecemos del. Tais som talvés todos os accidentes, que apenas som nada, até ao ponto de que non houbo ninguém até agora que tenha podido explicar perfeitamente a sua natureza, assim como tampouco a das demais cousas. Non sabemos nada, logo ¿como podemos explicá-lo? E non há que extranhar-se de que alguns tenham pensado que os accidentes non som nada em si mesmos, senon tán só certas aparênças com respeito a nós, aparênças que, segundo a nossa variada condiçón e disposiçón, aparecem diversas; por exemplo: o que têm febre acredita que todas as cousas estám quentes, e tudo é amargo para quem tem a língua impregnada de bilis amarela. Todavía há nas cousas outra causa da nossa ignorância, a saber, a duraçón permanente de algunhas e, polo contrário, a permanente xeraçón de outras, a sua permanente corrupçón e câmbio. De tal maneira que non poderás dar razón nem daquelas, posto que non vás a viver sempre, nem de estas, pois nunca som enteiramente as mesmas, senon que agora som, logo non som. De ahí vem que a disputa em torno da xeraçón e da corrupçón esté todavía “sub judice”.

FRANCISCO SÁNCHEZ

Deixar un comentario