PASCAL (JANSENISTA)

O padre Guerrier, amigo dos descendentes da família Pascal, deixou escrita esta nota em 1732, setenta anos depois da morte do filósofo: “Poucos dias depois da morte de Pascal, um criado da casa descobriu, por acaso, que na bainha do xibón deste ilustre defunto habia algunha cousa que se destacaba do resto; descoseu-o naquela parte para vêr de que se trataba e encontrou um pequeno pergaminho dobrado e escrito por Pascal, e neste pergaminho habia um papel escrito rambém por ele próprio: um era unha cópia fiel do outro. Estas duas peças chegaram de imediato às máns da senhora Périer, que as mostrou a muitos dos seus amigos íntimos. Todos chegaram à conclusón de que non habia dúvida de que este pergaminho, escrito com tanto cuidado e com caracteres tán notáveis, constituía unha espécie de memorial que ele guardaba muito cuidadosamente para conservar a lembrança de algo que queria ter sempre presente diante dos seus olhos e do seu espírito, xá que, após oito anos, se daba ao trabalho de cosê-lo e descosê-lo à medida que mudaba de roupa.” Em 1655, após a sua conversón, Pascal foi a Port-Royal para fazer um retiro e decidiu envolver-se mais a fundo no movimento jansenista. A primeira cousa que fixo foi criar um novo método para ensinar a ler às crianças que iam às escolas associadas a Port-Royal e, uns anos mais tardes, escrebeu para essas mesmas escolas os Elementos de Xeometria (Éléments de Géométrie), obra da qual só restaram dous opúsculos: “Do espírito geométrico” e “Da arte de persuadir”. Desta época, há unha história peculiar que nos mostra a personalidade do Pascal posterior à conversón. De entre os amigos que fez durante o seu período mundano, mantinha contacto com o duque de Roannez, a quem xulgou conveniente converter ao jansenismo. Assim, depois de vários encontros, conseguiu cumprir o seu obxectivo, e o duque abandonou unha promissora e brilhante carreira para se entregar a Deus. Quando o tio do duque soube da notícia, perguntou quem era o responsábel. Ao conhecer a sua identidade, decidiu resolver a questón de unha maneira radical, e assim, em 1655, mandou assassinar Pascal. Desafortunadamente, o assassino non conseguíu levar a cabo a sua missón, e o nosso filósofo librou-se de unha morte prematura.

GONZALO MUÑOZ BARALLOBRE

Deixar un comentario