ANTÓN PÁVLOVICH CHÉJOV (O HOME ENFUNDADO)

Outro exemplo está constituído polo “home enfundado”, cuxo protagonista, o profesor de grego Bélikov, leva todos os seus obxectos pessoais, desde o chapeu de chuva ao relóxio, metidos em fundas. A personaxe traslada essa manía para a vida diária. Xamais traspasa o que disponhem as instrucçóns e circulares oficiais. Assim, com as suas dúbidas, receios e formalismos, acaba por envolver nunha atmôsfera asfixiante toda a escola onde trabalha e à cidade enteira. Chéjov reproduce a asfixia que caracterizaba a vida quotidiana da Russia de entón. Em “A groselha espinhosa “, aproveita a ocasión para polemizar com Tolstoi. Um relato deste “Quanta terra necessita um home?”, apresenta a um campesino ao que, por idêntico preço, lhe venden unha superfície de terra compreendida no perímetro que logre recorrer de sol a sol. Levado polo desexo de abarcar o mais possíbel, cai morto ao final do recorrido. A sua tumba mede três varas de terra. No relato de Chéjov, o narrador conta a história do seu irmán, que passou toda a vida sonhando com unha finca para cultivar “groselhas próprias non compradas”. Ó final vê materializado o seu sonho. Entón o narrador saca unha licçón moral, oposta à de Tolstoi: “Afirma-se que o home non necessita mais de três varas de terra. Mas as três varas necessita-as um cadáver, non um home. O home necessita, non três varas, non unha parcela, senón o mundo enteiro, toda a natureza, onde poida ofertar sem ataduras todos os rasgos e peculiaridades que som próprios do seu libre albedrío”.

RBA EDITORES, S. A. – BARCELONA

Deixar un comentario