Arquivos diarios: 16/09/2020

QUEM FOI VASCO DA PONTE?

Vasco da Ponte ou Vasco de Aponte foi o principal cronista que temos, para conhecer a história da Galiza no século XV e inícios do século XVI. A sua única obra conhecida é a “Relaçón Dalgunhas Casas e Linhaxes do Reino da Galiza (título da ediçón em galego). Sabemos que foi vasálo do conde Fernando D’Andrade, mas pola quantidade de espaço que ocupam os Souttomayor na sua obra, e pola maneira com que fala das façanhas de Pedro Madruga, podemos acreditar que no fundo admiraba ao cabeza da família Souttomayor.

SILVIA CERNADAS MARTÍNEZ

JOHN LOCKE (O PURITANISMO)

Non deixa de ser irónico que um dos triunfos do protestantismo fosse o facto de o seu inimigo adoptar parte da sua doutrina para se salvar. O movimento protestante foi a chamada de atençón de que a Igrexa precisava para non se afastar ainda mais da realidade diária dos seus fiéis. O relaxamento da moral e a entrega às paixóns diluía a pátina de divindade da Igrexa. O problema, claro está, é que sem essa auréola divina os clérigos perdiam autoridade (por isso, Nietzsche lamentará a exemplaridade da reforma luterana, pois considera que a correçón que o protestantismo introduz salvou a Igrexa da aniquilaçón). Para os dirixentes católicos ia ser complicado continuarem a ser figuras de referência sem unha conducta exemplar. Lutero fez-lhes ver que, para manterem a sua relevância, deviam sacrificar-se e ser mais humildes. A Europa viveu o auge do puritanismo, que enaltecia a vida íntegra e comedida, à imaxem e semelhança dos santos. Foi o triunfo da ideia de que para servir os homes é preciso estar acíma das fraxilidades humanas. Séculos depois de Santo Agostinho, um dos fundadores do pensamento cristán ocidental, ter rogado: “Senhor, faz-me casto…”, mas ainda non, parecia ter chegado o momento de os membros da Igrexa católica se sobreporem aos prazeres mundanos e se tornarem santos ou, polo menos, parecerem-no. O puritanismo espalhou-se em Inglaterra. Hoube zonas impenetráveis à recente vaga protestante, como Espanha ou Itália, mas grande parte do norte da Europa acolheu de bom grado a febre da austeridade. Em muitas rexións, a mensaxem enraizou-se de tal forma que o desacordo relixioso desencadeou conflictos internos. E esta nova fé non foi adoptada apenas polas pessoas do comum; muitos monarcas e dirixentes também aderiram às correntes anticatólicas em voga. Mas non o fizeram propriamente polo seu amor à vida sinxéla. Non trocaram os seus magníficos palácios por casas de madeira, nem substituíram os cetros dourados por humildes enxadas para cultivar a terra e exaltar a Deus com a sua humilhaçón. As suas intençóns eram muito mais terrenas: rexeitar a Igrexa católica serviu-lhes para se afastarem da influênça do papa e reforçarem, dessa maneira, o seu poder. Sendo o caso da Inglaterra um dos mais claros.

SERGI AGUILAR