Arquivos diarios: 01/09/2020

LITERATURA CASTELÁN (13)

A LÍRICA CASTELÁN PRIMITIVA

As orixens da lírica castelán, están envoltos em problemas muito semelhantes aos conhecidos para a épica. O primeiro deles é a escassés ou, quase melhor diriamos, a ausência quase total de textos conservados. Até ao descobrimento – muito recente – das “jarchas”, que modificarom enteiramente o panorama dos nossos conhecimentos sobre a lírica primitiva, carecía-se de textos concretos em que apoiar-se para qualquer deducçón segura. Era possíbel encontrar lixeiras mostras de poesía lírica esparcidas em obras doutra espécie, como nos poemas relixiosos de Berceo, a mediados do século XIII, ou entre as criaçóns miscelâneas e personalíssimas do Arcipreste de Hita e do Canciller Ayala na plenitude do XIV. Mas para dar com as primeiras manifestaçóns de lírica propriamente dita, exenta digamos, habia que chegar ao Cancioneiro de Baena, compilado por meados do século XV, e no qual figuram alguns escritores que poderiam remontar-se todo o mais até fins da centúria anterior. Com estes datos chegába-se à conclusón de que a lírica popular non tinha florecido em Castela; somente no final dos séculos médios aparecería unha lírica cortesán, favorecida e estimulada pola poesía galega: opinión avalada polo feito de que todavía no Cancioneiro de Baena, segundo habemos de ver, grande parte dos poemas seleccionados estabam em fala Galega. Ao historiar o xénero, na sua grande Antología de poetas líricos castelhanos, daba por sentado Menéndez y Pelayo que a lírica se desarrolha muito mais tardiamente que a épica; ésta – diz – aparece xá nos tempos heroicos, mas aquela necesita chegar a épocas mais cultas e reflexivas; por isto, mentras a fala castelán medrába xá em obras mêstras da poesía épica, como o “Poema del Cid”, a meados do século XII, non acertaba a manifestar-se no campo da lírica, e os poetas de Castela tinham que acudir ao uso do galego.

J. L. ALBORG