Arquivos diarios: 27/08/2020

MARX (A LONGA BATALHA POLA EMANCIPAÇÓN)

A ideia de viver da filosofia. e particularmente do seu uso político, que se tinha enraizado na consciência do xovem Marx, só era verosímil nas cátedras universitárias e no xornalismo; fechada a primeira porta, estaba condenado a esta última. Durante anos Marx viveu, com grandes sacrifícios, do xornalismo político, mas encontrou neste trabalho unha maneira cada vez mais intensa e consciente de difundir as ideias que ia inventando a partir da elaboraçón teórica e das experiências nas lutas políticas; era unha das formas que tinha para intervir na longa batalha pola emancipaçón, bem sincronizada com a elaboraçón do seu sistema filosófico. Um filósofo “xovem hegeliano” radical, como vimos, acredita na batalha filosófica, que faria avançar o espírito. A sua tarefa política ficava xustificada nesse programa iluminado de fazer avançar o pensamento, as ciências, as luzes, acabando assim com as diversas formas de irracionalidade, sexam as derivadas da ignorância ou da opressón. Essa luta emancipadora pola racionalizaçón, identificava-se com a libertaçón das consciências de todas as submissóns, de todas as formas de alienaçón; e concretizava-se em duas frentes: a crítica à relixión, ou falsa consciência, e a crítica a toda a noçón particularista de estado. Esse programa crítico, que desde as cátedras e dos círculos como o Doktorklub se reunia no universo das ideias, dando por certo que estas acabam por determinar a realidade, toma, no xornalismo, contacto imediato com a vida. Marx conhecia o rosto da relixión e do estado no espelho dos conceitos, mas o xornalismo forçá-lo-á a ver esses rostos na vida real. E o contraste forçaria a sua busca por novas formas de os representar.

JOSÉ MANUEL BERMUDO