ARÍSTOCLES (A IRONIA SOCRÁTICA)

Foi entón que Sócrates xulgou entender o porqué da resposta do oráculo: ele non era o home mais sábio por possuir unha infinidade de conhecimentos, mas porque ao contrário daqueles que pavoneabam um saber próprio, Sócrates reconhecia non saber nada e aplicaba de forma humilde e honesta a descoberta da verdade. Esta foi a orixe e o sentido de “só sei que nada sei”, síntese da sua actitude conhecida como “ironia socrática”, a profissón sincera da ignorância como primeiro passo para a procura do conhecimento. Contudo, isso non significa que Sócrates acreditasse que o conhecimento fora impossíbel. Era exactamente o contrário. Segundo Aristóteles, “duas som as descobertas que com razón podem ser atribuidas a Sócrates: os raciocínios inductivos e a definiçón universal; e estas descobertas constituiem a base da ciência”. Vamos por partes. Correndo o risco de pôr na boca de Sócrates mais (ou menos) do que, talvés, ele tenha dito, os universais som os conceitos que aglutinam e unificam um conxunto de casos particulares. Um simples exemplo servir-nos-á para ilustrar a ideia e, por sua vez, as dificuldades que equaciona. Ao longo da nossa vida deparámo-nos (e continuamos a deparar-nos nunha base diária) com unha enorme variedade de mesas diferêntes , de unha, três, quatro ou mais pernas; mais altas ou mais baixas; vermelhas, azuis ou negras; de madeira, metal, plástico ou vidro… Pese embora a enorme diversidade, todas elas partilham algunha cousa que fai com que sexam mesa (ou que assim as chamemos). Se nos propuxéramos ( e é algo que normalmente os dicionários xá o fán), poderíamos chegar a definir os elementos e as características que fán com que unha mesa sexa unha mesa e non, por assim dizer, unha escoba de dentes. Chegaríamos assim à definiçón universal do “ser mesa”. Como veremos quando chegarmos à teoria das Formas de Platón, a questón está lonxe de ser trivial e evidencia unha série de questóns fundamentais, tais como o que é a realidade, o que é a verdade, o que significa conhecer… Mas non adiantemos acontecimentos e esperemos por Platón: agora, o mais importante é sublinhar que sexa qual for o estatuto que lhes atribuirmos, Sócrates foi o primeiro a equacionar o problema dos universais que subxacem aos casos particulares da nossa experiência.

E. A. DAL MASCHIO

Deixar un comentario