
Pode observar-se um defeito xeneralizado nas histórias da filosofia islâmica: a ausência do quadro histórico em que nasceram os seus protagonistas e de que foram o seu fruto especulativo. Em certos casos, os erudictos procuram e rebuscam nos textos dos filósofos musulmanos citaçóns de Aristóteles e Platón para determinar unha maior ou menor afinidade com eles. Noutros, esforçam-se por fixar como eixo do seu pensamento um critério de ortodóxia relixiosa, à semelhança da escolástica, apesar de na maioria das ocasións, essas tomadas de posiçón serem irrelevantes do ponto de vista dogmático por se tratar de questóns abertas a unha lexítima diferença de opinión. O resultado final em ambos os casos é unha aparente falta de interesse filosófico por nos encontrarmos perante a repetiçón de conceitos gregos, quando non de unha mera disputa bizantina de inspiraçón relixiosa. Mohamed Ábed Yabri, pensador árabe contemporâneo, combateu enerxicamente essa deformaçón. Segundo el, “para evidenciar a diversidade e o dinamismo da filosofia arábigo-islâmica e, por conseguinte, os vínculos que a unem ao seu pano de fundo social e histórico, é preciso distinguir a sua componente cognitiva (conceitos e método) do seu conteúdo ideolóxico (a funçón sociopolítica que o autor atribui ao componente cognitivo)”. O impacto da ciência árabe na Europa foi extraordinário, e a ele aludiremos mais adiante ao referir-nos aos seus dous grandes criadores, um oriental, al-Farabi, e outro ocidental, Averróis. Sublinhe-se, desde xá, a dívida contraída pola cultura europeia neste aspecto, reconhecida abertamente polos melhores medievalistas. “Que os árabes tenham desempenhado um papel determinante na formaçón da identidade intelectual da Europa é outra cousa que non é possíbel discutir, a non ser que se negue a evidência. A simples probidade intelectual esixe que a relaçón do Ocidente com a naçón árabe passe “hoxe” também polo reconhecimento de unha herança esquecida.”
ANDRÉS MARTÍNEZ LORCA