GALLEIRA (12)

Os nossos palafitos non forom nunca explorados, nem sequer por aqueles autores que os tomarom por obxecto exclusívo dos seus trabalhos. Non temos a respeito deles mais dactos que os tradicionais, nem maiores notícias que as consignadas sumariamente polos historiadores do país. Pode afirmar-se polo tanto que o misterioso véu que os cobre non foi rasgado todavía. O campo no que nos movemos é, como se vê, limitadíssimo: mas, assím e tudo, os dactos que acadámos permitem xá assegurar que os palafitos da Galiza forom conhecidos desde a época paleolítica, até à dos mais belos bronces. A ponta da frecha de silex talhado, extraída da lagoa de Antela, proba o primeiro extremo. O segundo, o depósito de bronces atopados em Cambados. Outro ponto queremos também deixar libre de toda dúvida, e é o que se refere à indisputábel presença do celta nas nossas populaçóns lacustres, ou melhor ainda, nas que se assentabam nas marxens das augas. A mesma lagoa de Antela nos proporciona meio de proba, com algúm dacto mais que os que nos ofertam a máns cheias as tradiçóns e lendas que correm unidas à maior parte dos nossos palafitos, ou lugares em que estiverom emprazados. Tudo naquel estabelecimento proba a sua larga importância desde que o home primitivo errou polas suas fecundas marxens. Os castros, as lápidas votívas, as vías romanas, as lembranzas que as ilustram, as voces que dim que o celta non só se apropriou campos e casas, senón que ocupou este país como vencedor e para sempre, dando-lhe um nome que na sua fala significaba àgua. O descobrimento da estátua terminal de Bóveda, dá maior forza a estas conxecturas. Encontrou-se nos limítes dos concelhos de Bóveda e Padreda, pobos situados à cabeza da lagoa, e resulta irmán das que se conservam no palácio D’Ajuda, em Lisboa. Nom pode por tanto duvidar-se da sua orixe. Tampouco é possíbel desconhecer a filiaçón céltica, nas lendas que referentes a cidades lacustres se conservam entre nós. Na de Santa Cristina, tocam as campanas como na de Paladru (França), na de Antela o exército de Artús voa sobre as augas e na do Carragal a dama encantada que tem o seu palácio baixo as ondas, deixa ouvir ao longo da práia os xemidos mais lastimeiros. Dá-se sempre a estas cidades misteriosas como submerxidas por castigo divino; de unhas afirma-se que forom queimadas, de outras que asolagadas. Melhor sería dá-las por aniquiladas polo eterno Saturno que traga e devora todas as cousas humanas que cría. Será talvés que deba atribuir-se a sua destruçón ao conflícto relixioso entre o home lacustre e o celta? “Armado este, escrebe Cailleux, do fogo e da espada, destruía onde queira que os achase os palafitos, último refúxio de unha civilizaçón gastada.” Certamente que a estas palabras, o mesmo, que às de quantos se ocupam de épocas remotas e desconhecidas, non se lhe pode dar mais que um valor relactivo; mas filhas de unha corrente tradicional que arranca do corazón mesmo do Indus, tem a sua alma e a sua realidade. Venhem das puras augas em que beberom os primitivos arianos. Nos poemas védicos, Indra, apelhidado Purandara, isto é, o destructor das cidades, aniquila aquelas às quais o himno sagrado denomina as esposas do demónio. Acompanhado na sua obra de destrucçón por Agni, o fogo. ¿Que extranho é que se quixo ver nestas cidades malditas, as lacustres? Todas as nossas lendas relactivas a estes assuntos, tenhem o seu equivalente em países da mesma orixe. Non se pode duvidar do seu estreito parentesco. Desafortunadamente, por non serem bem conhecidas non podem ser bem estudadas, mas o pobo que as conservou e aplica indistintamente, xá a esta xá a outra lagoa, fixo mais por elas que conservá-las; permite estabelecer a sua filiaçón e referí-las ao pobo céltico.

MANUEL MURGUÍA

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