
A Frederico, o Grande, sucedeu, em 1786, Frederico Guilherme II, que se apressou a pôr os pontos nos ii. Para começar, acabou-se o período de expressar alegremente opinións e ideias inconvenientes que ameaçavam a ordem instituída e, mais concretamente, punha-se fim à tolerância relixiosa: como sempre, unha cousa era a liberdade e a outra a libertinaxem, e isso acabava-se. A Kant foi-lhe feita unha pequena chamada de atençón polas ideias pouco devotas e pola crítica à teoloxia bíblica contidas em “A Relixión nos Limites da Simples Razón” (1792), se bem que tivesse sido autorizada a sua publicaçón, após a aprovaçón da obra pola Universidade de Königsberg e pola Faculdade de Teoloxia de Jena. Mas Frederico Guilherme II, muito descontente com a heterodóxia de Kant, instou-o seriamente a nón repetir a ofensa, e o catedrático comprometeu-se a reservar, daí em diante, para si, a sua opinión em matéria relixiosa, embora non se tenha retractado do que argumentara (em voz baixa, deve ter murmurado algo equivalente ao “eppur si muove de Galileu). Aquando da morte de Frederico Guilherme em 1797, Kant considerou-se liberto da sua promessa, polo que, no ano seguinte, publicou “O Conflícto das Faculdades, sobre a relaçón entre teoloxia e filosofia. Foi basicamente nisto que consistiu a vida profissional de Kant, da qual de resto, temos de destacar que se manteve alheio a intrigas, invexas, concorrências e demais baixas paixóns académicas. Só nos anos em que lhe foi negada arbitrariamente unha cátedra, a qual indubitavelmente merecia, hoube algunha politiquice contra Kant e também algunha da sua parte. Quando a administraçón de Königsberg e as suas instituiçóns, entre elas a universidade, passarom da Prússia para a Rússia (quanta diferênça faz um “p”), a mudança na direcçón truxe consigo a habitual série de axustes, para dizê-lo de maneira eufemística. Mas Kant resguardou-se muito de entrar em guerrilhas de influênças e cinxiu-se ao seu compromiso profissional.
JOAN SOLÉ
