
Qualquer iniciaçón ao pensamento de Habermas deberia partir da sua primeira obra, História e Crítica da Opinión Pública: A Transformacón Estructural da Vida Pública (1962). A sua importância radica na atençón que presta às orixens históricas burguesas do espaço em que se vai desenvolver a política. A esfera pública está relacionada com a xénese da autonomia do indivíduo, da liberdade e da igualdade, tanto como a autodeterminaçón colectiva, isto é, com a própria democracia. Na sua reconstruçón histórica do devir da esfera pública durante os séculos XVIII, XIX e XX, Habermas analisa as suas diferentes fases. História e Crítica serve de relato fundacional com o obxectivo de avalizar a própria possibilidade do que, muitos anos despois, Habermas denominaría “democracia deliberativa”. Esta obra tem um evidente carácter histórico e sociolóxico, com contributos da literatura, da ciência política e, claro, da filosofia. Habermas revela-se aqui xá como um autor interdisciplinar. Executa um rastreio histórico do tema fundamental: a emerxência, esplendor e decadência do espaço público que se iniciou com os salóns literários do século XVIII. Tal esfera, a sua orixem e o seu desenvolvimento, decorre em paralelo com a emerxência do ideal moderno de autonomia pessoal e da nova ordem política após a queda do “Antigo Rexime” na Europa. Habermas remonta-se aos séculos XVIII e XIX e, posteriormente, detém-se no século XX, onde se posiciona para descrever o que vai considerar o declínio da “esfera pública”, a sua decadência, e o seu ocaso, baixo a influênça dos meios de comunicaçón de massas e da mercantilizaçón eleitoralista da política.
MARÍA JOSÉ GUERRA PALMERO
