
O Poema de mío Cid, é o primeiro monumento escrito que se conserva da épica medieval (practicamente o primeiro da literatura castelán, se exceptuamos os balbuciantes restos da lírica à que xá aludimos). O feito de haber perdido todas as xéstas anteriores, pertencentes à época de formaçón, deixou como pórtico de entrada da nossa história literária esta obra que supón unha autêntica cûme, non só dentro do seu xénero, senón com valor absolucto, e representativo, pola anhadidura, de muitos carácteres que vam a ser consubstânciais à literatura castelán. O Poema foi desconhecido até que em 1779 o publicou Tomás Antonio Sánchez no seu volume I da sua Colección de poesías castellanas anteriores al siglo XV. Menéndez Pidal dedicou-lhe estudos completíssimos e definitivos, e tudo quanto se poida dicer da obra non pode ser senón resume das suas conclusóns. O Poema chegou até nos em cópia única, feita em 1307 por um tal Per Abbat, mas sería composto por 1140. Consta de 3.730 versos, e ao códice que o contem faltam-lhe a folha do princípio e duas mais no interior. Menéndez Pidal reconstruíu e texto destas faltas tomando-as da prosificaçón do Cantar feita na Crónica de Veinte Reis, versón quase idéntica à copiada por Per Abbat. Nada se sabe sobre a pessoa deste, aparte do feito de que figura o seu nome em outros varios documentos da época, mas tampouco é possíbel precisar se a palabra Abbat indica um apellido ou unha dignidade relixiosa. Ignora-se quem foi o seu autor, desde os seus primeiros estudos Menéndez Pidal estabeleceu que poderia tratar-se de um xograr de Medinaceli ou dos seus arredores (…) O autor do poema, ainda que menciona cidades de toda a península e descrebe itenerários que coincidem em parte, com as grandes vías romanas, só dá pormenores topográficos que revelam um directo conhecimento do caminho secundário, que conducía de Burgos a Valência, mas sobre tudo dos arredores de Medinaceli.
JUAN LUIS ALBORG