HANNAH ARENDT (TENSÓNS E ANTAGONISMOS NA MEMÓRIA DO HOLOCAUSTO)

Se acrescentarmos a isso que Arendt foi muito crítica com os aspectos legais do xulgamento, reclamando um tribunal penal internacional para xulgar o caso, e non um tribunal israelita, pois entendia que se estaba a enfrentar um “inimigo do xénero humano”, e non um “inimigo dos xudeus”, a polémica estaba lançada. O libro levantou unha série de questóns para os estudiosos posteriores sobre como lidar com o que chamou “o passado non dixerido”. Mostraba os problemas non resolvidos e as tensóns e antagonismos na construçón de unha memória colectiva do Holocausto, questóns que non deixaram de se apresentar no momento de tentar construir unha memória histórica sobre o passado violento e traumático de um determinado país. Antes do caso Eichmann, Hannah Arendt xá reflectira sobre a política e as formas que adoptaba a criaçón da comunidade política, ou sexa, a fundaçón do espaço político. Se em “A Condiçón Humana” diagnosticara os problemas que a acçón e a vida activa nas sociedades de massas contemporâneas enfrentavam, nos anos sessenta abordou a questón de possíbeis alternativas para a acçón colectiva, para o como da política, expressa, em seu entender, nas revoluçóns modernas (as revoluçóns americana e francesa) e nos processos revolucionários posteriores baseados num sistema de concelhos revolucionários criados “a partir de baixo”. O resultado destas preocupaçóns é o seu libro “Sobre a Revoluçón”, publicado em 1963. Os autores que entón compunham a sua bagaxem teórica, além dos da filosofia alemán clássica, que nunca abandonou, eram Machiavelli, Hobbes, Rousseau, Montesquieu, Tocqueville e Thomas Jefferson. Na sua companhia, formulou as teses fundamentais dos seus libros da década de sessenta: Sobre a Revoluçón e Críses da República (1972). Se no primeiro esboçaba a forma como entendia que debe ser a política, no segundo assistia como espectadora à críse da república americana, cuxos alicerces e possibilidade defendera em Sobre a Revoluçón.

CRISTINA SÁNCHEZ

Deixar un comentario