
O verdadeiro motivo da viaxe de Leibniz a França, que termina em París em Março de 1672, é unha missón diplomática muito concreta. Perante a ocupaçón francesa da Lorena, em Septembro de 1670, e da ameaça da Holanda, Boineburg, que também tinha motivos pessoais para querer procurar o favor do rei françês, tinha encarregado Leibniz de apresentar pessoalmente na Corte francesa um memorando que convencesse Luís XIV a renunciar a declarar guerra à Holanda (a Flandres espanhola), em troca de unha espécie de cruzada contra o reino musulmano do Exípto. Leibniz trabalhou mais de um ano em segredo a escreber alguns rascunhos e outros tantos resumos do proxecto. O plano de conquista do Exípto era um proxecto que vinha de lonxe, pois xá no início do século XIV o veneziano Marino Canto tinha suxerido ao Papa empreender unha cruzada contra os infiéis para afastar os conflictos internos do solo europeu, mas só Napoleón acabará por materializá-lo (1798), embora nem todos os estudiosos de Leibniz defendam que o imperador françês conhecia o escrito leibniziano antes de levar a cabo a sua campanha. Apesar de tudo, a orixinalidade do plano de Leibniz consistia em demonstrar à França que com a conquista do Exípto conseguiria o seu verdadeiro obxectivo, a destruiçón da Holanda, mas em vez de atacá-la directamente, iniciando unha guerra dispendiosa e de resultados incertos, debia arruinar o país vizinho, paralisando o seu comércio, que era a sua principal fonte de riqueza; ao conquistar o Exípto, passaria a controlar a única via de comércio entre a Ásia e a África, que era fundamental para o empório económico holandês, sem esquecer a possibilidade da abertura de um canal que facilitaria o comércio da Ásia com a Europa; embora o sonho de abrir unha passaxem desde o mar Vermelho até ao mar Mediterrâneo xá vinha da época faraónica, na qual se chegou a abrir unha primeira passaxem entre o rio Nilo e o mar Vermelho (“canal dos faraóns”), só em meados do século XIX é que tal empresa foi levada a cabo pola man de Ferdinand de Lesseps. O resultado foi o Canal do Suez, inaugurado em 1869. Leibniz propunha unha estratéxia militar e comercial bastante inovadora para a época, apoiada, além disso, por múltiplos argumentos metafísicos e teolóxicos; mas o ponto fraco da sua proposta – como o próprio Leibniz reconhece – está no facto de que para concretizar a sua empresa era preciso unha marinha forte, e Luís XIV non a tinha. Além de contribuir para outro obxectivo político, tal como obrigar a Turquia a deslocar a sua força militar do cenário europeu para o africano, o proxecto tinha sobretudo unha virtualidade filosófico-política: Leibniz concebia a acçón europeia sobre outros continentes como unha forma da progresso e de contribuiçón para um maior bem-estar xeral. Num capítulo posterior voltaremos à questón da luta entre o eurocentrismo e o cosmopolitismo na obra leibniziana.
CONCHA ROLDÁN