Arquivos mensuais: Maio 2020

KANT (KÖNIGSBERG)

A Universidade de Königsberg, de forte vocaçón pietista, pertencia à secçón da Prússia Oriental, situada num enclave do grande império de fala alemán. Durante a vida de Kant, hoube quatro imperadores diferentes que, com as suas personalidades, marcaram, em boa medida, a vida dos seus súbditos. Frederico Guilherme I (1713-1740), segundo rei da Prússia, foi um déspota nada iluminado, que se dedicou a viver faustuosamente, a montar um exército enorme e a oprimir o povo. Frederico II, o Grande (1740-1786) foi um déspota iluminado e protector das artes e do pensamento, que deu um impulso decisivo à cultura xermânica e ao seu Iluminismo (Aufklärung). Non era pacifista, pois obteve grandes victórias militares e optimizou a organizaçón do exército, mas na sua xuventude dedicou-se mais à música e à filosofia do que à formaçón castrense; criou unha corte culta na qual muitos dos grandes cientistas e pensadores da época (entre eles Voltaire) formaram unha Academia do conhecimento (que non esteve isenta de rivalidades e invexas), deu um resolucto apoio material às principais instituiçóns culturais do seu império e permitiu unha amplitude de vistas e unha liberdade de expressón desconhecidas até entón. Frederico II ficou com unha impressón desfavorábel da Universidade de Königsberg quando a visitou na qualidade de príncipe herdeiro em 1739, um ano antes de ascender ao trono e de Kant ali ter ingressado: pareceu-lhe provinciana e atrasada, “mais adequada para amestrar urzos do que para se transformar num cenário das ciências”. Xá na posse do império, disponibilizou recursos para melhorar e modernizar aquele reducto do saber, situado num remoto recanto dos seus domínios, e outorgou à instituiçón unha tolerância intelectual que favorecia o pensamento libre e rigoroso, o que foi unha bênçón para Kant. A “Crítica da Razón Pura” é dedicada ao seu ministro de Educaçón, Von Zedlitz- Aquele período foi como unha ilha de liberdade e cultura dentro de um oceano de repressón e autoritarismo.

JOAN SOLÉ

LITERATURA CASTELÁN (10)

Menéndez Pidal distingue quatro etapas no caminho da nossa épica: a) unha primeira ou de formaçón, desde as orixens -em época que non se pode precisar, mas que non debe ser posterior ao século X- até 1140; nesta etapa componhem-se cantares breves -de quinhentos ou seiscentos versos-, sobre o tema de Don Rodrigo nas suas diversas ramas, Fernán González, a Condesa Traidora, o “Infant García”, último conde castelán, os filhos de Sancho o Maior de Navarra, unha primeira versón do Cerco de Zamora, e os Infantes de Lara na sua forma primitiva (vexa-se logo, no párrafo sobre “Outras xéstas casteláns”). Ó final do período inicia-se a difusón dos temas franceses polos xugrares que penetram ó largo da ruta compostelana; b) etapa de florecimento ou plenitude, desde 1140, data em que se supón foi escripto o “Poema de Mio Cid”, até 1236, ano correspondente ao “Chronicón Mundi”, de Lucas de Tui, primeira obra historiográfica que utiliza extensamente as xéstas como fontes históricas. Nesta etapa os cantares épicos ganham em perfeiçón e lonxitude, e acusam-se as influênças francesas, a que xá temos aludido; a ela, ademais do “Poema de Mio Cid”, pertencem -entre outros- os temas de “Bernardo del Carpio y la Mora Zaida”; c) desde 1236 até meados do século XIV, etapa das prossificaçóns, entre as quais sobresaiem a “Primeira Crónica Xeral de Alfonso el Sabio”, a “Crónica de Castela” (cuxa primeira parte foi imprésa em 1512 como “Crónica Particular del Cid”), a “Crónica Portuguesa de 1344 (escripta polo conde de Barcelos), as suas refundiçóns, e a “Crónica de Vinte Reis”; d) época de decadência, até meados do século XV; hinchazón e grandiloquência da épica. Baixo a influênça das novas condiçóns sociais e de novas formas poéticas, perde-se o gosto polos velhos cantares épicos de robusta severidade, ó mesmo tempo que se dá entrada neles a elementos novelescos ou lexendários; acentuando-se os efeitos dramáticos e unha desordenada glorificaçón do herói. Os longos poemas som fraccionados e só sobrevivem aqueles episódios culminantes ou mais gostosos que, desgaxados do tronco, ficam como breves poemas independentes. Estes fragmentos que elaborados baixo o novo estilo formam os chamados “romances”, non som de feito a destruiçón , senón a evoluçón da épica; representam a forma orixinal que esta adopta para penetrar, como veremos no seu momento, nos séculos áureos.

J. L. ALBORG

“THE HELLENISTIC PHILOSOPHERS”

O período helenístico pode e debe ser estudado com rigorosos critérios históricos e filolóxicos, como qualquer etapa lonxínqua da cultura. Mas seria insuficiente considerar as suas filosofias como um capítulo isolado da história do pensamento, separado das nossas necessidades morais. O factor mais interessante destas escolas é que elas levantam questóns morais básicas para as pessoas de hoxe. A pergunta práctica ou ética sobre o modo de vida surxe em qualquer momento histórico que non tenha anulado ainda a noçón de humanidade. Unha das grandes questóns que cada um debe enfrentar é o de saber se a realizaçón existencial, a que todo o indivíduo aspira lexitimamente, exige unha implicaçón nos problemas comuns do seu tempo ou, pelo contrário, um recolhimento de âmbito privado e a unha vida simples partilhada com algunhas pessoas escolhidas. Perguntas como esta -e muitas outras relacionadas- eram algunhas das questóns colocadas com grande seriedade polos filósofos que nos propomos analisar no presente libro. Por tudo isto, seria sempre deficitário tratar de compreendê-los com unha mentalidade própria de um antiquário. Nas páxinas anteriores ficou esclarecido que as duas principais escolas helenísticas, tanto pelo valor intrínseco das suas doutrinas como polo seu impacto sobre os períodos posteriores do pensamento, som o estoicismo e o epicurismo. A ambas se dedicam capítulos específicos. Depois destes, outro capítulo tratará da reaçón crítica dos cínicos e dos escépticos ao conhecimento e à moralidade tradicionais. Embora non sexa possíbel qualificar estes dous últimos como filosofia plena, pois nunca chegaram a criar as suas próprias doutrinas metafísifas, epistemolóxicas ou morais, a sua recusa em aceitar acriticamente o legado filosófico reflecte, claramente a intensa idiossincrasia do período helenístico. Xá fizemos referência às enormes dificuldades sentidas polo investigador ávido de textos filosóficos do período helenístico, bem como à necessidade de recorrer aos comentários escriptos por autores posteriores da Antiguidade para conhecer as ideias orixinais. Neste sentido, é de valor inestimábel a axuda prestada pola ediçón em dous volumes, realizada por A. A. Long e D. N. Sedley, dos textos disponíveis relacionados com estas filosofias: The Hellenistic Philosophers. O primeiro volume contém os textos traduzidos para inglês, o segundo inclui os orixinais em grego e latim. Tanto pola exaustividade na inclusón dos textos como pola sua organizaçón sistemática, esta ediçón torna-se indispensábel para qualquer aproximaçón séria à filosofia helenística e constituiu a base documental para a preparaçón deste libro. É unha obrigaçón referi-la aquí

J. A. CARDONA

A CADEIA PERPÉCTUA DOS LIBROS

Tempos despois, na escola, a Pedro e aos seus amigos mandáronlles facer um trabalho para o cal necesitaban consultar vários libros, e este preguntoulle ao seu irmán, onde podia topalos, respostándolle que no único lugar no que non poderia facelo, seria na vila, xa que os libros estaban condenados a “cadea perpetua”. Pedro non entendeu muito bem o que queria dicer o seu irmán e voltou a insistir: “pero como é posíbel que os libros cometesen algun delito?” E, doutravolta obteu a resposta do irmán: “eles non fixeron nada, pero os seus autores cometeron o terríbel delito de escrebelos e, inda máis, alguns cometeron a ousadia de tentar dicer a verdade…” O rapaz non ficou convencido e insistiu: “Como é que estando xente condenada concedeuselle unha amnistia total e non ocurre o mesmo cos libros? E, engadiu, despois: “por qué non pedimos unha amnistia para eles? O irmán meio botou un sorriso, tan frio como irónico, e repostoulle: “Pola mesma razón, pola que non teñen razón os teus últimos porqués e, inda mais, porque a pessoa que tiña que respostarche non o fai, porque pasa de nenos, de cultura, de deporte e de todo aquilo que non poida ser traducido en “papeletas”, tanto de banco como de furnas…”

M. C. LOURIDO/MIGUEL (PUBLICADO EM “A PENEIRA” ANO I – 1984)

QUE NADA SE SABE! (35)

Mas non só isso, senón que esta fala toma muitas expresóns de outra, e aquela de unha outra, e por isso acredito que non queda xá ningunha fala autenticamente pura. Assím pois, as palabras non tenhem ningunha capacidade para expressar as naturezas das cousas, salvo a que lhe vem do arbítrio de quem as impóm. A palabra “canis” (can) tem o mesmo poder para significar can que pan, se así se nos antôxa. Há certamente algunhas palabras que tenhem sido impostas às cousas por razón de efeito ou accidente, mas non por razón de natureza. Pois ¿quem conhece as naturezas das cousas, para impor a éstas nomes conforme a natureza? Ademais ¿quê tenhem de comúm os nomes com as cousas? Existem também aqueles térmos que chamamos “proprios”, como, por exemplo, se afirmas que o home é “risibilis” (capaz de rir) ou “flebilis” (capaz de chorar); mas, dentro de estes termos, os primitivos, a saber, “risus” (risa) e “fletus” (prânto), non tenhem mais força que a recebida do nosso arbítrio; outro tanto sucede com “alipes Mercurius” (Mercurio o dos pés alados), com “armiger” (portador de armas) e compostos similares. Dan-se assím mesmo outros que pola semelhanza do som imitam as voces das cousas que significam, e por tanto se lhe chamou onomatopéicos, como o cacarear das galinhas, o graznar dos corvos, o ruxir dos leóns, o balar das ovelhas, o ladrar dos cans, o relinchar dos cabalos, o muxir dos bois, o grunhir dos porcos, o roncar dos que dormen, o susurro das àugas, o silbido, o tintineio, o estampido, o como diz Aquél: “Baubantem est timidi pertimuisse canem” (É próprio do medorento assustar-se ao perro que ladra); e o outro: “Et tuba terribili sonitu taratantara dixit” (E a trompeta dixo tarará com terrorífico som); e outro: “Quadrupedante putrem sonitu quatit ungula campum” (O casco bate o duro campo com quadrúpedo som). E nestas palabras tampouco há manifestaçón algunha da natureza das cousas que significam, senón semelhanza de som. Menos ainda se debe buscar a derivaçón em cada palabra, pois nesse caso iríamos até ao infinito.

FRANCISCO SÁNCHEZ

LISBOA (VISITA AO MUSEO GEOLÓXICO)

Recomendamos, encarecidamente, unha visita ao Museo Geolóxico de Lisboa. Quando estês só e com pouco para fazer, é o momento de entrar nunha espécie de letargo parsimonioso-introspectivo, de cavilar sobre assuntos bastante afastados da nossa vida quotidiana. Vaia a este Museo, que foi primorosamente conservado pelos seus cuidadores para tí. Xente que resistíu o câmbio da modernidade, e o mantivo tal qual era, com todo o seu encanto orixinal, o que incrementa grandemente o seu atractivo. Aprenderemos cousas novas, cousas incríbeis, de que nunca ouvimos falar xamais. Saberemos que non só nós viaxamos, que os enormes continentes também viaxam constantemente sobre um mar de fogo. Que a nossa terra galega, xá estivo no meio de África, no coraçón de Panxeia. Que também xá estivo perto do Polo Sul, e despois derivou para norte. Que as costas do Canada, estabam pegadas a Lisboa, e logo se separarom e afastarom no mar. Tudo isto, que ninguém quer saber, passou antano. Um dos temas principais, que deberemos rumiar durante a visita, é sobre a enorme dificuldade que tem o cerebro humano em alcançar a enormidade do tempo, até mil anos vamos andando, mas, quando se trata de milhóns de anos, aí xá nos perdemos completamente. Para axudar nesta laboura o Museo elaborou um calendário anual orientativo, em que o nosso mundo nasce em Xaneiro e vai até 31 de Decembro, que som os nossos dias. E, para termos unha noçón aproximada de onde estamos, pensemos que a desapariçón dos “dinossaurios”, que se estima foi há sessenta milhóns de anos, milhón mais ou menos, corresponde no referido calendário anual aos últimos dias de Decembro. E, poderemos também elocubrar, sobre o que chamamos a extinçón da vida neste planeta, que verdadeiramente, non sería unha desapariçón da vida no planeta, posto que este seguiría com vida. Mas, ao que nos referimos, é à desapariçón da raza humana, que mais tarde ou mais cedo, acabará por acontecer. Passando unha olhadela xeral, por todos estes seres xá desaparecidos do planeta Terra, o que sim podemos atisbar fácilmente, é o destino que nos espera a nós também. Retrasemos, o que retrasemos, non perdemos pola demora. Mais tarde, ou mais cedo, acabaremos todos desdentados como o “Cocodrilo de Chelas”.

Léria Cultural

HABERMAS (A CRISE DA LEXITIMAÇÓN NO CAPITALISMO TARDIO)

Paralelamente, xá em “Teoria e Práxis”, cinco anos antes, Habermas começou a axustar contas com o marxismo, tarefa que prosseguirá em 1976 com “A Reconstruçón do Materialismo Histórico” e com “A Crise da Lexitimaçón no Capitalismo Tardio”, do ano anterior. O que na sua terminoloxía é denominado “capitalismo tardio” está submetido, segundo o seu próprio diagnóstico, a patoloxias nascidas da asfixia da democracia por imperativos sistémicos do capitalismo e das burocracias estatais. Habermas relocaliza as teses marxistas num quadro proporcionado pelo pensamento de Max Weber, o sociólogo que demonstrou as dinâmicas opressivas da racionalizaçón capitalista e estatal e, em contraposiçón polémica, com a teoria de sistemas de Niklas Luhmann, contemporâneo do nosso autor, cuxa visón obxectivista da sociedade examinaremos mais à frente. Ao sistema económico e burocrático, e às suas tendências opressivas – simbolizadas, como veremos, na metáfora weberiana da “xaula de ferro”-, Habermas contrapón unha racionalizaçón “boa”, obtida mediante a libertaçón dos potenciais comunicativos do mundo da vida, das interaçóns quotidianas. Habermas enfatiza a necessidade de a filosofia alemán se abrir ao exterior, de sair do provincianismo. Fazer confluir a filosofia chamada continental e a anglo-americana é unha das tarefas de que se incumbe. Assim, “reconstrói” a identidade da filosofia alemán, o seu fio conductor, à marxem das catástrofes históricas. Volta a apropriar-se de Kant, Hegel, Marx, Freud e Adorno, no processo de regresso à “normalidade” da República Federal da Alemanha. Deste modo, pretende acabar com o “atraso alemán” na política, conxurando a sua idiossincrásia histórica, reflectida nas duas guerras mundiais, em contraste com a estabilidade de outras democracias ocidentais. Nesse sentido, afirma o seguinte: “Hoxe vivemos num dos seis ou sete estados mais liberais e um dos seis ou sete estados sociais com menos conflíctos sociais.” O milagre alemán aconteceu nos campos económico e político. A Alemanha foi também o motor da Europa. Na actualidade, no fio da crise presente, Habermas, porém, observa com extrema preocupaçón a deriva tecnolóxica europeia e o esquecimento do princípio da solidariedade. O nosso autor dedica a década de 1980 a um trabalho teórico sistemático. Delineia a acçón comunicativa e com ela redefine em termos intersubxectivos a teoria da racionalidade. Assim, revê a teoria social e as suas dinâmicas sob o prisma do novo paradigma e propón, como terceiro elemento, a ética do discurso. A mesma filosofia passa a ser pensada em termos pós-metafísicos, intersubxectivos e falíveis. Na década de 90 e até à actualidade, a tarefa de Habermas centra-se no direito e na política. A democracia deliberativa e o imperativo da inclusón serán definidos e problematizados em numerosas polémicas. Nos quatro capítulos seguintes iremos esmiuçar estes elementos essenciais do pensamento habermasiano. Habermas apresenta-se-nos como um filósofo do meio-termo, como unha figura da mediaçón ao serviço da conciliaçón política em contextos de crise social e política. Confia na racionalidade comunicativa para restaurar o optimismo iluminista. A sua motivaçón constante será detalhar as condiçóns de possibilidade para unha democracia igualitária e inclusiva em que a cidadania exerça a autodeterminaçón.

MARÍA JOSÉ GUERRA PALMERO

ESCRITORES HISPÂNOS (ANTONIO ALCALÁ GALIANO)

Alcalá Galiano, Antonio (Cádiz, 1789-1865). Orador, estadista e escritor. Pertenceu a várias lóxias masónicas e sociedades revolucionárias, como a que funcionaba em “La Fontana de Oro”. Quando Fernando VII dominou a situaçón política em 1823, princípio da “Década ominosa”, Alcalá Galiano foi condenado à morte acusado do delicto de subversón. Fuxíu para Inglaterra, onde foi o primeiro que ensinou literatura espanhola. Regresou em 1834, despois da morte do rei, para aplicar as ideias de Montesquieu e dos pragmáticos ingleses, com as quais se tinha relacionado e familiarizado nas suas colaboraçóns para a Westminster Review e para a Revue Trimestrielle e outros xornais, também espanhois. Os seus “Recuerdos de un anciano” (1878) e as suas “Memórias” (1886) som instrumentos úteis para o conhecimento da época que viveu. Menéndez y Pelayo assinalou nelas unha boa fé inusual na literatura espanhola. Mençón à parte merece a traduçón e continuaçón da história de Espanha de Dunham, para a qual Alcalá Galiano escrebeu do volûme V ao VII. Participou nas polémicas que houbo na Espanha acerca do romantismo; ao princípio opuxo-se a Böhl de Faber, que defendia a posiçón de Schlegel de um romantismo católico, mas ó final compartíu essas ideias, que espuxo no prólogo a “El moro expósito” del duque de Rivas, quase como o fixo Hugo no prefácio à sua obra “Cromwel”.

OXFORD

ESCRITORES HISPÂNOS (FRAY PEDRO DE ALCALÁ)

Alcalá, Fray Pedro de (s. XVI). Filólogo. O seu “Vocabulista en arábigo” (1505) é a fonte principal que temos para conhecer as peculiaridades do árabe na península, e as suas relaçóns com as outras falas românces da época. O dialecto transcrípto é o de Granada.

OXFORD

ESCRITORES HISPÂNOS (JOSEPH ALBÓ)

Albó, Joseph (c. 1380-1444). Filósofo xudeo-hispânico, que continuou a tradiçón do seu mêstre Hasdai Crescas, no seu libro Sefer ha-‘ iqqarim (Fundamentos da fé), o qual foi editado em 1930.

OXFORD

ESCRITORES HISPÂNOS (RAFAEL ALBERTI)

Alberti, Rafael (Puerto de Santa María, Cádiz, 1902). Poeta e autor teatral. Começou a sua carreira artística como pintor. “A la pintura” (1948, reed., 1968) está considerada como unha das obras que com maior fortuna verte a essência da arte pictórica na linguáxe poética. Alberti comezou a escreber poesía em 1923 e com o seu “Marinero en tierra” ganhou o Prémio Nacional de Literatura em 1925. Mais tarde publicou “La amante” (1925), “El alba del alhelí” (1926) e “Cal y canto” (1927). Nestes libros observa-se a forte influênça da poesía tradicional espanhola na obra temperán do poeta, e sobre tudo resalta o romanceiro tradicional. Também tem influênças da lírica culta, especialmente a de Garcilaso e a de Gil Vicente. A presença de Góngora no âmbito das influênças poéticas de Alberti levou-o a escreber unha “Soledad tercera” que ficou inconclusa. É probábel que os melhores poemas de Alberti sexan os que reuníu em “Sobre los ángeles” (1929): trata-se de poemas abstractos, difíceis, a miudo surrealistas. Os seus últimos libros som mais elaborados, ainda que Gaos, xá tinha dito de “Sobre los ángeles”: “o surrealismo de Alberti parece mais fruto de unha deliberada actitude mimética, que de unha funda convicçón interior”. Segue unha época de compromiso político em que a sua poesia cobra um tôm cada vez mais irónico e desgarrado: “Yo era un tonto y lo que he visto, me ha hecho dos tontos” (1929), “Sermones y moradas” (1929-1930) e “Con los zapatos puestos tengo que morir” (1930). Em 1931 Alberti ingresa no partido comunista. Em 1933 escrebe “Consignas” e “Un fantasma recorre Europa”. Em 1935, “13 bandas y 48 estrellas”. Despois da guerra civil espanhola tivo que exiliar-se na Arxentina, onde voltou aos temas e actitudes da sua xuventude. Em 1961 publicarom-se as suas “Poesías completas” (Buenos Aires) e mais tarde a “Suma taurina” (Barcelona, 1963), onde recolhe grande parte da sua obra poética, prosa e teatro. Outras obras: “Poemas de amor” (1967), “Roma, peligro para caminantes” 1964-1967 (México, 1968), “Libro del mar” (Barcelona, 1968), “Poemas anteriores a “Marinero en tierra” (Barcelona, 1969), “Los ocho nombres de Picasso” e “No digo más de lo que no digo”, 1966-1970 (Barcelona, 1970). A poesía comprometida de “El poeta en la calle” (ed. ampl., París, 1970) reflexa as suas ideias políticas: Alberti tinha lutado contra a monarquía em 1931 e em 1936 com a República, recebeu o Prémio Lenin da Paz. Em 1983, recebeu o Prémio Cervantes na Espanha. A sua obra teatral tivo unha menor relevância que a poética, ainda que non é de menor importância. Podemos citar “Fermín Galán” e “El hombre deshabitado” (ambas de 1931), e “El adefésio”, entre outras. Publicou a sua autobiografía em “La arboleda perdida”, Libros I e II de memórias (Buenos Aires, 1959), obra que foi reedictada recentemente (1977). Neste mesmo ano, Alberti regressou à sua patria despois de um largo exilio. Sendo candidacto a diputado polo seu partido, cargo ao qual renunciou pouco despois das eleiçóns.

OXFORD

ESCRITORES HISPÂNOS (JUAN BAUTISTA ALBERDI)

Alberdi, Juan Bautista (Tucumán, Arxentina, 1810-París, 1884). Autor de obras de dereito e política. Como consequência das perseguiçóns de Rosas fuxíu a Montevideo em 1838, onde se dedicou ao xornalismo de combate e à adbogacía. Despois de trasladar-se a Chile para dedicar-se à labor de adbogado, escrebeu a sua obra mais importante, Bases para la organización política de la Confederación Argentina (1852), e outras menores como Elementos de derecho público provincial (1853). Servíu à Confederación de 1855 até 1862. Em 1879 regressou a Buenos Aires, onde foi recebido como um herói, reconciliando-se com os seus dous oponentes, Mitre e Sarmiento. Desilusionado com o goberno que se formou trás a caída de Rosas, trasladou-se a París, onde faleceu na pobreza. A sua conhecida sátira contra o rexíme de Sarmiento, Peregrinación de luz de día; ou viajes y aventuras de la verdad en el Nuevo Mundo, é um dos melhores textos das suas obras completas (1886 – 1895, 24 vols.). Foi o iniciador do “costumbrismo” em Arxentina com a sua Memória descriptiva de Tucumán; firmaba os seus artígos costumbristas com o pseudónimo de “Figarillo”, derivado do “Fígaro” de Larra. Groussac dixo de Alberdi que era o arxentino que, nunha forma lixeiramente afrançesada, tinha posto em circulaçón durante os últimos quarenta anos o maior número de ideias em favor do seu país.

OXFORD

ESCRITORES HISPÂNOS (CRONICÓN ALBELDENSE)

Albeldense, Cronicón. O primeiro dos mais velhos Cronicóns.

OXFORD

ESCRITORES HISPÂNOS (BARTOLOMÉ DE ALBA)

Alba, Bartolomé de (f1. 1634). Traducíu algunhas comédias de Lope de Vega (El animal profeta, San Julián e La madre de la mejor) á fala náhuatl, para que se representaram em México.

OXFORD

Imaxe

NIETZSCHE (DEUS MORREU)

Nietzsche xulga que, de unha maneira ou outra, Deus impregna toda a cultura europeia do seu tempo. Aos seus olhos, todo o pensamento ocidental move-se de unha forma ou de outra dentro das coordenadas da metafísica idealista cristán. Como acabámos de ver, Deus está presente na relixión e na sua irmán, a filosofia, e, inclusive, na ciência. A sua marca é também evidente na moral, cuxa forma e conteúdo son fundamentalmente cristáns, bem como na política. A arte, por seu lado, tán pouco se salva: a corrente artística dominante, o romantismo, também funciona metafisicamente a partir do momento em que confia que a experiência estéctica pode transportar-nos para um nível superior da realidade, um reino em que o indivíduo se funde com o “Todo” e em que se dissolvem todas as contradiçóns da vida. (Semelhante concepçón da arte é aquela que o próprio Nietzsche, influenciado pelo romantismo wagneriano tinha defendido em “A Orixem da Traxédia”.) Perante tal facto, e pola boca do profecta Zaratustra, Nietzsche autoproclama-se o primeiro filósofo antimetafísico da história. O primeiro filósofo que pode, finalmente, desprender-se do velho mapa traçado por Platón. O único filósofo que non é um “cristán disfarçado” e que assume verdadeiramente que Deus morreu.

TONI LLÁCER