ANTÓN CHÉJOV (3)

Depois de terminar os seus estudos em 1884, Chéjov exerceu a medicina em diversos hospitais da provincia de Moscovo. Continuou escrebendo e aparentemente nada o distinguía da labor de outros humoristas. Anos despois, quando preparaba a ediçón das suas obras escolhidas, expurgou profundamente estes relactos, ainda que é indubitábel que o trabalho como humorista daquela primeira época constituíu para el um excelente aprendizaxe. “Saber escreber é saber cortar”, sería o seu credo. Em 1886 recebeu unha carta do famoso escritor Dimitri Grigoróvich. Tinha lído por casualidade um relato firmado por A. Chejonté e ficara impressionado pola orixinalidade e sinceridade com que estaba escrito. “…Estou seguro que está destinado a escreber algunhas obras excelentes, realmente valiosas. Cometerá um grande pecado moral se non responde a essas esperanzas. Para isso é preciso respeitar em sí um talento que tán poucas vezes se concede. Deixe de lado o trabalho urxente. Desconheço os seus meios materiais, mas se som escasos, opte por passar fame, como prácticamente todos nós a passamos nestes dias.” Esta carta forzou a Chéjov a recapacitar sobre o futuro e a elexer entre a profissón de médico e a de literato. Decidíu ser escritor e “entrar no terreno do sério”. Assim criou “A Estepa”, publicada em 1888 nunha revista literária. Concebida inicialmente como unha novela que consagraría o seu autor como um escritor “sério”, A Estepa non passa de ser um conto largo que non puido cumprir as expectativas previstas. Mas o que Chéjov consideraba como unha incapacidade para descreber “in extenso” era reflexo da sua visón da vida, concebida como um transcorrer monótono e circular, onde o hoxe é igual que o manhán, e que, por tanto pode resumir-se em poucas páxinas. A Estepa extrai o seu tema das recordaçóns infantís do escritor. Egórushka, o protagonista, vai estudar na capital da província e fái a viáxe num lento carromato. O fío conductor do relacto tem como único enlace a mirada límpida do neno, a través da qual aparece a estepa tinxída por diferentes estados de ânimo. Unhas vezes mostra-se risonha e outras tríste, ainda que sempre se revela como a imaxem perfeita e descarnada do desamparo e da solidón. Com A Estepa, Chéjov iniciou a exaltaçón do conto, xénero que elevará à categoría de grande literatura. E pesse a que a traxectória da sua arte foi sempre em ascenso até alcanzar o virtuossismo, as personáxes que enchem os seus ralatos som bastante semelhantes. Vivem unha realidade obscura, sem horizontes, e quase sempre esta realidade é independente da sua condiçón social. Apenas se diferenciam pola sua maior ou menor capacidade para aceitar o tédio da existência.

R B A EDITORES, S. A. – BARCELONA

Deixar un comentario