Arquivos diarios: 17/05/2020

O ISLÁN (UNHA RELIXIÓN SEM MISTÉRIOS)

Assimilando raças muito diferentes e seguindo o fio conductor das relixións monoteístas anteriores (xudaísmo e cristianismo), o islán deu mostras, nestes primeiros séculos, de unha incríbel capacidade de absorçón ao englobar povos e etnias muito diferentes na “umma”, ou comunidade de crentes, para lá dos laços tribais. Relixión simples no seu núcleo dogmático (a unicidade de Deus e a profecia de Maomé), chamada por isso “relixión sem mistérios”, suprimiu a hierarquía relixiosa de forte tradiçón xudaico-cristán, fazendo desaparecer as figuras de sacerdotes, monxes, clérigos e bispos. Em paralelo, consolida-se o papel social das mesquitas como lar do saber aberto a todos (assim o leva a crer, por exemplo, os testemunhos referentes à famosa mesquita de Córdova e os seus núcleos de estudantes das mais diversas matérias, que se amontoavam entre as suas columnas), compatíbel com o seu uso estrictamente relixioso. Ânsia de saber entre o povo, que na sua maioria podia ler o Corán; uso polos estudiosos do conxunto da ciência grega xá traduzida para árabe; ampla difusón dos libros; tolerância relixiosa; protecçón dos sábios por parte dos califas e emires reinantes, que aumentavam assim o seu prestíxio político, aproveitando-os ao mesmo tempo como conselheiros na corte; necessidade de lexitimar a sua relixión perante o desafio das “ciências dos antigos” difundidas nos círculos iluminados… Todo este conxunto de razóns explica o nascimento e brilhante desenvolvimento posterior da filosofia no islán medieval.

ANDRÉS MARTÍNEZ LORCA

AS MEMÓRIAS DE MANUEL DA CANLE (103)

Outro caso chocante. O dia 30 de Xaneiro de 1919, pola hora das oito da noite estaba eu a envolver um pouco de incenso num papel, e por curiosidade, toquei com o papel nos lábios, introducindo-se-me uns poucos de átomos de incenso na boca. O qual me foi fazendo mal, até que me fún deitar. Levantei-me três veces com grande falta de aire, dor de peito e de cabeza, atontado, etc… Fixo-me expulsar escrementos e, aire hediondo, que algo me aliviou. E tivem muito suor, durando-me a dor de peito e de cabeza vários dias (consultei a minha mesa), parecia ser unha imitaçón de romeo. O primeiro de Marzo de 1919, a minha nái foi dormir com a sua sobrinha Consuela, e eu fún-me deitar sobre as duas da manhán. Polas quatro da manhán, despertei, e sentín triscar, acto seguido caíu o lado dereito do telhado, que daba a nascente (um terço, xunto da xanela). Sorte, que eu estaba do outro lado, mas os escombros quase me apanham debaixo. Neste dia cumprím anos (vexa-se páxina 141 Xaneiro, 23…). O dia dous de Marzo de 1919, polas sete quarenta e cinco da noite, estando eu, minha nái, Consuela e Francisco do Motrete, aquecendo-nos ao lume, mama quixo andar com o bolo, e ó levantar-me eu, pulou um sapo cara a onde tinha os pés, e uns decian que o queimá-se, outros que non, e ó final acabarom por indultá-lo.

MANUEL CALVIÑO SOUTO