
O período helenístico pode e debe ser estudado com rigorosos critérios históricos e filolóxicos, como qualquer etapa lonxínqua da cultura. Mas seria insuficiente considerar as suas filosofias como um capítulo isolado da história do pensamento, separado das nossas necessidades morais. O factor mais interessante destas escolas é que elas levantam questóns morais básicas para as pessoas de hoxe. A pergunta práctica ou ética sobre o modo de vida surxe em qualquer momento histórico que non tenha anulado ainda a noçón de humanidade. Unha das grandes questóns que cada um debe enfrentar é o de saber se a realizaçón existencial, a que todo o indivíduo aspira lexitimamente, exige unha implicaçón nos problemas comuns do seu tempo ou, pelo contrário, um recolhimento de âmbito privado e a unha vida simples partilhada com algunhas pessoas escolhidas. Perguntas como esta -e muitas outras relacionadas- eram algunhas das questóns colocadas com grande seriedade polos filósofos que nos propomos analisar no presente libro. Por tudo isto, seria sempre deficitário tratar de compreendê-los com unha mentalidade própria de um antiquário. Nas páxinas anteriores ficou esclarecido que as duas principais escolas helenísticas, tanto pelo valor intrínseco das suas doutrinas como polo seu impacto sobre os períodos posteriores do pensamento, som o estoicismo e o epicurismo. A ambas se dedicam capítulos específicos. Depois destes, outro capítulo tratará da reaçón crítica dos cínicos e dos escépticos ao conhecimento e à moralidade tradicionais. Embora non sexa possíbel qualificar estes dous últimos como filosofia plena, pois nunca chegaram a criar as suas próprias doutrinas metafísifas, epistemolóxicas ou morais, a sua recusa em aceitar acriticamente o legado filosófico reflecte, claramente a intensa idiossincrasia do período helenístico. Xá fizemos referência às enormes dificuldades sentidas polo investigador ávido de textos filosóficos do período helenístico, bem como à necessidade de recorrer aos comentários escriptos por autores posteriores da Antiguidade para conhecer as ideias orixinais. Neste sentido, é de valor inestimábel a axuda prestada pola ediçón em dous volumes, realizada por A. A. Long e D. N. Sedley, dos textos disponíveis relacionados com estas filosofias: The Hellenistic Philosophers. O primeiro volume contém os textos traduzidos para inglês, o segundo inclui os orixinais em grego e latim. Tanto pola exaustividade na inclusón dos textos como pola sua organizaçón sistemática, esta ediçón torna-se indispensábel para qualquer aproximaçón séria à filosofia helenística e constituiu a base documental para a preparaçón deste libro. É unha obrigaçón referi-la aquí
J. A. CARDONA