Arquivos diarios: 04/05/2020

LITERATURA CLÁSSICA LATINA (8)

Os erudictos romanos herdarom as tradiçóns da crítica literária alexandrina, xunto com o resto da cultura helenística. M. Terencio Varrón, contemporâneo de Cicerón, exerceu um temperán trabalho de reunir e determinar a autenticidade dos textos, estabelecendo um canon das comédias de Plauto, que foi e se mantivo autorizado: só as vintiunha comédias (incluindo os fragmentos da “Vidularia”) aceitadas por Varrón se transmitem na tradiçón medieval. Em xeral, non obstânte, existe escaso testemunho de preocupaçón erudicta sitemática com respeito aos textos, e afirmar a existência na Antiguidade Clássica da crítica textual semelhante de algunha maneira no sentido moderno de recensón e correcçón sistemática é enganador. Incluso Probo, cuxas actividades se descrebem ó parecer detalhadamente por Suetonio, non era um crítico no sentido estricto da palabra, e do seu tratamento deixou escasa pegada nos textos nos que se afirma que trabalhou. Neste contexto, há que ter em conta um malentendido fundamental que aparece unha e outra vez com relaçón às chamadas “subscriptiones”. Son éstas notas que pervivirom nos manuscriptos de certos autores e que testemunhan o feito de que um determinado indivíduo “corrixira” (a palabra usada é “emendo”) unha copia determinada do texto em questón, com ou sem a axuda de um “mentor” ou de outra copia. A maioria destas notas podem datar-se na Antiguidade tardía. As “subscriptiones” oferecem informaçón valiosa sobre determinados textos: quem estaba lendo tál libro, em que tempo, onde e em asociaçón com quêm, etc… Assím, a “subscriptio” por Juvenal de Niceo, que leu o seu texto “em Roma com o meu mêstre Servio” (o conhecido gramático e comentarista de Virxilio) axuda a ilustrar a resurreiçón do interese por Juvenal que se produciu no século IV. Non som, como se supuxo às vezes, proba da produçón de ediçóns críticas de textos latinos -excepto na medida em que cada copia de um texto era unha ediçón, sendo diferente de todas as demais copias, na medida em que o leitor que tomaba o trabalho, tinha estado sempre acostumado a correxir, puntuar e anotar os seus próprios libros usando qualquer fonte que lhe fora acessíbel-. Repressentam uns quantos casos documentados que se producirom na Antiguidade romana. A actividade xerada era em essência privada e, considerada desde um ponto de vista filolóxico, incontrolada e irresponsábel. Os autores das “subscriptiones” trabalhabam nos seus textos, na sua maior parte, segundo as suas próprias luzes.

E. J. KENNEY E W. V. CLAUSEN (EDS.)