BERKELEY (O CURSO DO IMPÉRIO DIRIXE-SE PARA OCIDENTE)

Berkeley acreditaba que o futuro económico da Inglaterra e da Europa passaba pola América, mas non fomentando empresas tán pouco recomendáveis económica e moralmente como a Companhia do Mar do Sul. Recordemos que a sua famosa afirmaçón, xá citada, segundo a qual “o curso do império dirixe-se para ocidente”, se converteu no lema dos pioneiros norte-americanos. Berkeley axiu com coherência e tomou a decisón de emigrar para o Novo Mundo com o propósito de construir nas ilhas Bermudas o coléxio universitário de que xá falámos,e que tinha como finalidade educar tanto os filhos dos proprietários como os dos indíxenas. A meio caminho entre um proxecto de mudança social e um plano da Providência, a ideia teve êxito e foi apoiada com unha axuda de vinte mil libras (que nunca receberia) polo Parlamento, que com medidas como esta tratava de compensar escândalos como o da “borbulha” da Companhia do Mar do Sul. O título do documento que contém o proxecto de Berkeley é esclarecedor: “Uma proposta para melhor abastecer as igrexas nas nossas plantaçóns estranxeiras e para converter os selvaxens americanos ao cristianismo, através da fundaçón de um coléxio universitário erixido nas ilhas Summer, também chamadas ilhas Bermudas”. Era Berkeley, o missionário que nunca deixaría de ser. Nunha publicaçón de 1737, intitulada o “Pesquisador” (onde formula seiscentas “pesquisas” ou indagaçóns de carácter interrogativo), Berkeley perguntava-se como se poderia estimular a melhoria económica e o comércio próspero, para concluir que a riqueza de unha naçón radica no trabalho e no cuidado dos cidadáns. “Há algunha outra virtude no ouro ou na prata que a de pôr as pessoas a trabalhar ou a criar indústrias? Algunha vez hoube, há ou haverá unha naçón laboriosa pobre ou unha ociosa rica?”, perguntava-se Berkeley. Vale a pena sublinhar o mérito da procura racional de explicaçóns acerca do atraso económico e dos sofrimentos da populaçón irlandesa, tendo em conta que os estudos económicos mal existiam, de que o primeiro modelo económico, o “Tableau Économique” de François Quesnay, foi publicado em 1758, e de que a que se considera unha das obras inaugurais da ciência económica, a “Riqueza das Naçóns”, de Adam Smith, só veria a luz em 1776.

LUIS ALFONSO IGLESIAS HUELGA

Deixar un comentario