ANTÓN PÁVLOVICH CHÉJOV

Durante os seus estudos, colaborou em revistas de humor, às quais subministraba comentários, crônicas de sucésos, resenhas teatrais, contos, e inclúso novelas de terror, que el firmaba com pseudónimos como: “Ulises”, “O home sem brazo”, “O irmán do meu irmán”, “O médico sem doêntes” e, com mais frequência, “Antosha Chejonté”. Eram relatos vinculados a um tipo de humor tradicional em esta clásse de publicaçóns, às quais Chéjov se amoldaba perfeitamente. No fim de contas, o que el pretendia era ganhar algúm dinheiro para manter a sua família. Parte destes relatos integraram posteriormente o primeiro libro de Chéjov, “Contos de Melpómene” (1884), e também o segundo, “Relatos variopintos” (1886). As personáxes que povoam estes contos som xeralmente os humilhados que tanto pululam polas páxinas dos clássicos rusos. Recordemos, por exemplo, “Humilhados e ofendidos” de Dostoievski. Ainda que, a diferença dos seus predecessores, Chéjov mostra-se implacábel com eles. Todos esses chupa-tintas, empregados de mesa, pequenos funcionários, sem ningúm sentido da dignidade, humilhan-se até que se lhes presenta a oportunidade de converter-se em déspotas e tiranos. Chéjov saca os seus argumentos da realidade, e nisto non é diferente da tradiçón literária rusa. Non obstânte, aquí também pressenta unha diferênça: a realidade à que sempre invoca é mais falsa do que qualquer ficçón, pois à sua vez falseia as relaçóns humanas. Neste sentido é típico o conto “O gordo e o fraco” (1883), no qual dous amigos que se comportam como tais, até que se descobre que âmbos som funcionários e que um deles ocupa um posto muito mais elevado que o outro. Momento em que as relaçóns humanas som substituidas polas xerárquicas. Para o inferior, o outro deixa de ser um amigo e converte-se em “Sua Excelência”. Ó final resulta que o diálogo cordial da primeira parte tinha sido unha transgresón vituperábel do sentido da subordinaçón. Desta maneira, Antón Chéjov, pleno de ironia, recreia no relato a realidade social que os rodeia, na qual as relaçóns xerarquizadas, estabelecidas em funçón do poder e do prestíxio, imponhem-se aos xenuínos e mais elementais vínculos humanos.

RBA EDITORES, S.A. – BARCELONA

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