ARENDT (JUDENRÄTE)

De qualquer forma, além da perplexidade que a descripçón de Eichmann como um home banal e ridículo provocou -unha ideia a que voltaremos mais adiante-, um dos pontos mais controversos foi o papel que Hannah Arendt imputou aos Conselhos Judaicos (Judenräte) no extermínio. Estes conselhos eram os orgáns de governo dos guetos organizados polos nazís para enclaustrar a populaçón xudaica (Varsóvia, Lodz, Minsk…), compostos por xudeus preeminentes da comunidade em questón, que tinham a seu cargo a administraçón da populaçón do gueto, incluindo unha polícia xudaica. As suas tarefas eram fazer cumprir as ordens dos nazís, inventariar os bens, elaborar as listas dos que estabam aptos para o trabalho ou deviam ser deportados, bem como fazer o recenseamento da populaçón. O papel dos conselhos veio à luz no xulgamento, e Hannah insistiu na responsabilidade dos líderes dos conselhos no extermínio. Segundo ela, a dilixência com a qual algúns líderes, como Chaim Rumkowsky (dirixente do gueto de Lodz, que emitia papel-moeda com a sua assignatura e selos de correio com a sua efíxie), obedeceram às ordens acelerou o processo de extermínio, que caso tivesse encontrado a resistência dos conselhos (polo menos nas suas primeiras etapas) resultaria menos eficaz e teria causado um menor número de víctimas. Consequentemente, a tese de unha colaboraçón ou cooperaçón entre víctimas e algozes explodiu na discussón pública. A sua análise provocou unha grande irritaçón e fúria, porque unha pensadora xudaica da sua dimensón apresentou publicamente o que, em sua opinión, constituía a pouco honrosa actuaçón dos líderes xudaicos, e isto foi entendido como unha traiçón à sua própria comunidade de orixem.

CRISTINA SÁNCHEZ

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