BERGSON (UM RIVAL TEMÍBEL E FUXIDIO)

O “Mais velho problema”, o da mudança, também conhecido como o da passaxem do “Uno” para o “Múltiplo”, do “nada” para o “ser”, o do “infinito” para a “xénese do mundo”, etc… O xovem filósofo acabava de encontrar um rival temíbel e fuxidio, capaz de operar através de insensíveis varetas mecânicas, qual titeriteiro trocista, toda a história da metafísica para representar nela unha “comédia platonizante”. Mas também um aliado credíbel que xá teria referido a factuidade da tentativa de captar o movimento em ideias estácticas. Como non se sentir secretamente eufórico? Quase podia ouvir as gargalhadas estridentes a reverberar por entre os maxestosos e vazios edifícios dos sistemas filosóficos. Os seus arquitectos, como Aquiles, afanavam-se em apanhar unha tartaruga aspectral. Mas ele non cairia nessa armadilha. A sua filosofia seria unha filosofia para corredores, non para tartarugas. Non parece esaxerado afirmar que Bergson escreveu durante toda a sua vida na medida em que non saldou contas com Zenón: criticou as suas aporias como ilusóns do entendimento, ao mesmo tempo que defendia a sua vixência e a sua seriedade face a qualquer tentativa de considerá-las resolvidas ou declará-las simples falácias. Os paradoxos têm algo valioso para ensinar. Esta ambivalência demonstrou ser, posteriormente, muitíssimo fecunda. Conseguiu vencer a todos menos a Zenón. Ele foi quem tomou Bergson e lhe fez “filhos à traiçón”: todos e cada um dos seus libros.

ANTONIO DOPAZO GALLEGO

Deixar un comentario