Arquivos mensuais: Marzo 2020

LITERATURA CLÁSSICA GREGA (7)

. HOMERO

Compuxo probabelmente durante a segunda metade do século VIII a. C., mas nada se sabe com seguridade sobre a sua vida ou entorno. A sua localizaçón no tempo depende principalmente de referencias a obxectos ou costûmes do século VIII na Ilíada e na Odiseia, (por exemplo, o estilo de luta com hoplitas, o broche em forma de cabeza de Gorgona, os caldeiros de trípode), da probábel posterioridade de Hesíodo, o declinar da composiçón oral em tempos de Arquíloco, a apariçón de escenas épicas em xarróns, etc… depois de 680, e das opinións dos antigos (Heródoto e Hesiquio, que cita unha fonte probabelmente clássica de Arctino sobre a data, Suda). O seu lugar de orixem está asinalado polo dialecto jónico predominante nos poemas, por um detalhe e cor local próprios do este do Egeo, e pola unánime tradiçón antiga que o assocía orixinariamente com Quíos e Esmirna, e outras principalmente de data grecorromana, e lixeiramente ficticias, somam também Cumas e Colofón, e concordam em que faleceu em Íos. As suas obras (todas em hexámetros excepto Margites), divididas em vintiquatro libros. A Odiseia foi considerada por “Longino”, como um producto da madurez de Homero, interpretaçón non descaminhada polas diferenças menores estilísticas e léxicas entre ambos poemas (excluídas as causadas pola diferença temática). Erroneamente atribuidas a Homero na Antiguidade forom os trinta e três Himnos. Ademais de que Heródoto pensou que a Cipria non era sua, e probabelmente também Epígonos, incluso Margites, e outra obra trivial em yámbicos e hexámetros, e ainda Batracomiomaquia. Muitas destas obras som de vários séculos mais tarde que Homero.

P. E. EASTERLING E B. M. W. KNOX (EDS.)

LOCKE (A BURGUESIA MERCANTILISTA)

Um dos títulos mais nobres que Locke obstenta é o de pai do empirismo britânico. Outro, em parte derivado deste, é o de primeiro grande teórico da democracia liberal. Estes qualificativos non som cousa pouca, e atribuir-lhos é como dizer que nos seus textos se encontra o sustento de grande parte da civilizaçón contemporânea, de modo que, para alguém que morreu sem descendência, trata-se sem dúvida de um bonito legado. É necessário contextualizar o seu pensamento. Nas suas reflexóns, Locke non é alheio às inovaçóns recentes da filosofia, da ciência e da política. O problema do conhecimento manteve-o intensamente ocupado, non em si mesmo, mas como meio indispensável para criar um sistema moral e político que estructurasse a vida das pessoas. Interrogou-se acerca do surximento da sociedade civil e sobre qual seria a melhor maneira de se organizar politicamente. É possível que hoxe, após os triunfos da ciência experimental e da democracia liberal, essas questóns nos pareçam um pouco desfasadas, mas a Europa actual, constituída por Estados tolerantes e cidadáns libres, é muito diferente da Europa do século XVII. Essa liberdade que hoxe temos, ou reivindicamos em todo o mundo, foi a que se começou a forxar há trezentos anos em terras inglesas, impulsionada por autores como Locke. O que se passava naquela Inglaterra? Era unha das naçóns mais avançadas do seu tempo: nas suas cidades surxiam modelos diferentes dos que se tinham reproduzido até entón, tanto no campo relixioso como no político e no científico. Nas próximas páxinas identificaremos as diversas mudanças de paradigma que evidenciam o momento convulso em que Locke entra em cena. Relixión e Política, Deus e Pátria, conceitos intimamente ligados antes da irrupçón dos novos ideais modernos, separam-se e começam a avançar de forma independente. Apesar dos ainda inúmeros pontos de converxência, surxe unha diferenciaçón cada vez mais clara entre a instituiçón eclesiástica e a organizaçón política. Na esfera relixiosa, o catolicismo cede perante a ideoloxia protestante. Na política, os reinos absoluctistas vergam-se face à abertura social que a burguesia mercantilista trai consigo. Por último, no âmbito científico, o modelo experimental triunfa sobre as ciências observacionais de cariz aristotélico.

SERGI AGUILAR

UNHA VACA HISTÓRICA

As nosas xentes só miran o que lles fan ver, cando de facer mártires se trata, pero a realidade é moi distinta; poñen os ollos na inxusticia e non se fixan nas venganzas do larpeirón e aproveitado do alcalde. Resulta que a pobre da vaca de PEPE DO CABECO (que é un bo home) está sufrindo as iras e contrallas que el mesmo fai pola sua mala cabeza e quere cobrar así a boda da filla deste home, que tería que pedirlle responsabilidades pola falta de cumplimento do que tratara, ó poñerlle a comida en mal estado no seu restaurante. E como é lóxico, non lle pagou. Como á vaca chamanlle “ROXA”, ó mellor este home querelle acumular algún móvil politico, porque de esperar a ver como se puñan os ventos, agora non lle queda mais remedio ca demostrar que é de dereitas. Pero lembrese, señor alcalde que A VACA NON ENTENDE DE POLITICA, e se ela quere ser democrática, está no seu dereito… ¿ENTENDEME? Neste intre a vaca pariu un touro, e ninguén sabe nada. ¡Hai que ver que saia tan grande ten este home! Tápao todo… Facendo garatuxas quedase só, pero ten alma de can… con tódolos respetos, señor alcalde, perdoe… O tal PEPE CABECO é aquel home que lle morrera unha filla tristemente hai poucos anos que deixou uns netiños ó seu coidado. Despois de non ter o necesario para socorrer á finada, despois de tanto bombo e pratillo, ainda lle queren matar de fame ós filliños que lle quedaron, sacandollela vaca e o leite. Señor alcalde, está condenado, mentres paga tanta papada á conta dos nosos cartos, a calquera lambón que anda por aí; mentras está a maltratar ós veciños; pero non se preocupe, que llo imos pagar ó seu debido tempo, vaia acumulando merda, que lle vai cair xunta. Tenlle que devolver a vaca ó Pepe, con tódolos perxuicios que lle causou, porque asegúrolle que esta vaca vai pasar á história.

O TORELO (Publicado em “A Peneira”, 1984)

VOLTAIRE (NASCIDO EM PARÍS, OU NOUTRO LUGAR?)

No que refere aos respectivos relatos autobiográficos, Voltaire e Rousseau, dous dos pensadores mais influentes da sua época, non deixaram de optar por caminhos muito diferentes em quase tudo, embora partilhassem muitas das suas metas e acabassem sepultados um em frente do outro no Panteón de París. A questón é que, enquanto Jean-Jacques Rousseau dedicou unha grande parte da sua produçón a falar sobre sí próprio em obras como Confissóns, Os Devaneios de um Caminhante Solitário e nos Diálogos intitulados Rousseau Juíz de Jean-Jacques, Voltaire, polo contrário, guarda a sete chaves os segredos da sua privacidade e quase nunca fala sobre a sua vida pessoal, a non ser para criar confusón, como fez, sem ir mais lonxe, com a sua data de nascimento. François-Marie Arouet, mais conhecido como Voltaire, foi baptizado em París, na Igrexa de Saint-André-des-Arts, a 22 de Novembro de 1694. Esta certidón de baptismo é a única data fidedigna sobre a sua chegada a este mundo. Em princípio, teria nascido em París dous dias antes do baptizado, mas o próprio fez circular o rumor de que a sua nái teria dado à luz na casa de campo de Châtenay, a 20 de Febreiro desse mesmo ano. A sua fraxilidade parecia pressaxiar mais unha morte infantil, muito frequentes na época, como bem o atesta o facto de só dous dos seus quatro irmáns terem atinxido a idade adulta. Porém, a fráxil criança non faleceu e decidiram baptizá-la, mudando-lhe a data de nascimento, depois de terem tentado esconder o escândalo de unha gravidez fora do casamento… Voltaire conservaria sempre essa delicada saúde de ferro, até atinxir a idade de, nada mais nada menos 84 anos. Definitivamente, Voltaire acalentava a ideia de ser um bastardo e vangloriava-se de o seu pai poder ter sido um tal Rochebrune, porque a sua nái teria preferido um home talentoso que, além disso, era mosqueteiro, para se consolar da sua triste existência ao lado do notário com quem era casada e que deu o seu apellido a Voltaire. Este fantasiava com unha suposta bastardia que non deixará de impinxir a unha das suas personáxes mais emblemáticas, Cândido, inventando ainda o rumor sobre um hipotéctico proxenitor, da mesma forma que mais tarde criaria o seu próprio nome. Aquele que foi baptizado como François-Marie Arouet decidiu ser conhecido como Voltaire, que poderia ser um anagrama da aldeia de Airvault ou também unha contraçón de “volontaire”, ou sexa, de “voluntário” em françês, embora a hipótese mais plausíbel sexa que tal anagrama corresponda a Arouet le jeune, ou sexa, o xovem Arouet ou Arouet Jr., como seria chamado hoxe no mundo anglo-saxónico, com o qual se diferenciaba tanto do seu pai, como do seu ainda mais aborrecido irmán mais velho, sempre que troquemos o “u” por um “v” e o “j” por um “i”. A primeira vez que utilizou o anagrama foi nunha dedicatória dactada de 1719, onde assinava como Arouet de Voltaire.

ROBERTO R. ARAMAYO

ESCRITORES HISPÂNOS (AUGUSTO AGUIRRE MORALES)

Aguirre Morales, Augusto (1888-1957). Autor peruano de novelas históricas. Em “La medusa” (1916) foi fortemente influenciado por D’Annunzio e Maeterlinck, e a sua reconstruçón da sociedade incaica “El pueblo del sol” (vol. I, 1924; acabada em 1928) estivo influenciada pola “Salammbô” de Flaubert.

OXFORD

ESCRITORES HISPÂNOS (J. BAUTISTA DE AGUIRRE Y CARBÓ

Aguirre y Carbó, J. Bautista de (Daule, 1725-1786). Poeta e xesuíta equatoriano. Foi um autor pouco prolífico, ainda que a sua obra merece atençón porque foi continuador do culteranismo hispanoamericano. A influênça de Góngora é muito evidente em duas das suas obras mais sobresalentes: Carta a Lizardo y Monserrate. Também resaltam as influênças que sobre a sua escasa obra tiverom Gutierre de Cetina e Calderón de la Barca. Escrebeu madrigais, epigramas e poemas de tema relixioso. Abandonou Equador a raíz da expulsón da Companhia e foi refuxiar-se na Itália. viveu em Ravena, Ferrara, Roma e Tívoli, cidade na que foi conselheiro do bispo que mais tarde se converteria em Pío VII. A sua obra poética foi recolhida e publicada na “Colección de Clásicos Ecuatorianos” (vol. III).

OXFORD

ESCRITORES HISPÂNOS (RAÚL GUSTAVO AGUIRRE)

Aguirre, Raúl Gustavo (1927). Poeta surrealista arxentino. Publicou “Poesía Buenos Aires” e traduciu a Char, Apollinaire e a Emily Dickinson, entre outros. A sua poesía orixinal foi reunida em vários volúmens, entre os que mais característicos som “El tiempo de la rosa” (1945), “La danza nupcial” (1951) e “Alguna memória” (1960).

OXFORD

ESCRITORES HISPÂNOS (NATANIEL AGUIRRE)

Aguirre, Nataniel (Cochabamba, 1843-1888). Estadista boliviano e autor de românces históricos. A sua melhor novela, “Juan de la Rosa: memórias del último soldado de la independência” (1885), expressa um desagrado de tom liberal pola convencional fidelidade ó passado colonial. As suas obras aparecerom em 1911.

OXFORD

ESCRITORES HISPÂNOS (MANUEL AGUSTÍN AGUIRRE)

Aguirre, Manuel Agustín (Loja, Equador, 1904). Poeta de esquerdas e fundador em 1944 de “La Tierra”, o xornal do partido socialista equatoriano. Despois dos seus “poemas automáticos” (Guayaquil, 1931), nos que seguia a técnica do “hai-kai, inclinou-se por temas mais políticos na “Llamada de los proletários” (Guayaquil, 1935). Pies desnudos: poemas de la infancia (Loja, 1943) que foi publicada polos seus amigos sem o seu consentimento. As suas “Lecciones de marxismo (Universidade de Quito, 1950-1951, 2 vols.) recibirom resposta em “La única solución al problema social (1958) de Gustavo Miranda Ribadeneira.

OXFORD

ESCRITORES HISPÂNOS (JOSÉ MARÍA AGUIRRE)

Aguirre, José María (1896-1933). Poeta lírico vasco que escrebeu baixo o pseudónimo de “Xabier de Lizardi”. Os poemas de Biotzbegietan (San Sebastián, 1956) considerados os mais encantadores e orixinais da fala vasca. Escrebeu também prossa humorística na sua colecçón de contos “Itz-lauz” (1934).

OXFORD

ESCRITORES HISPÂNOS (DOMINGO AGUIRRE)

Aguirre, Domingo (Ondárroa, 1864-1920). Novelista vasco. Garoa (1912) apressenta a nostalxía por um passado idílico, foi traducida ó castelán com o título de “El helecho”. As suas obras anteriores som de menor importância. Entre outras está o românce histórico “Auñemendiko lorea” (1898) e o românce de costûmes “Kresala” (1906).

OXFORD

HEIDEGGER (NON HÁ UNHA FORMA ÚNICA DE QUESTIONAR O SER)

Do mesmo modo, sería preciso questionar se, no aparentemente eterno substantivo, eternizado a partir da sua determinaçón como “substância” (que é o conceito para se referir ao “permanente”), non se inscreve, apesar de tudo, o temporário. Para isso, sem dúvida, terá de descer à cousa que o substantivo pretende eternizar. Nesse nível, tudo muda: a cousa pescada (non a substância pescada) apodrece se non for cozinhada a “tempo”; do mesmo modo que a cousa martelo se perde, talvez para sempre, tornando-se passado, ou simplesmente se se partir; nós mesmos, sem ir mais lonxe, morremos e desaparecemos. E acontece tudo isso com os substantivos? Talvez com as substâncias? Ou non será sobretudo com as cousas, se é que resta algunha cousa delas depois de as determinar em excesso e de maneira sucessiva como substâncias e substantivos? Para sermos exactos, o que sobra delas? Certamente, as substâncias e os substantivos non mudam de aspecto nem morrem; aspiram, inclusivamente, a ocultar o seu nascimento, como se isso os tornasse vulneráveis – xá se sabe, tudo o que nasce tem de morrer – e os rebaixasse da sua condiçón eterna. Em todo este assunto do ser, como estará a comprobar seguiu-se a leitura até aqui, a interligaçón entre as cousas e as acçóns (o substantivo e o verbal), e o ser e o tempo, é muitíssimo relevante, apesar da qual, ou graças à qual, o assunto do ser aparece para nós em primeiro lugar “domesticadamente”, ou sexa, como um grande subentendido que non è questionado. Mas chegados aqui, também deberia referir-se que non há unha forma única de questionar o ser. Simplifiquemo-las nestas duas: a primeira questionaria o ser “à distância”, como se se tratasse de um obxecto alheio, o qual só enfrentássemos de forma temática, mas sem ter em conta o subentendido que nos precede sempre: dizemos algo do ser a partir do próprio ser em que nos encontramos, sem podermos evitar essa situaçón; a segunda, por outro lado, questionaria o ser, reconhecendo, em primeiro lugar, explicitamente, esse subentendido (que estamos sempre nunha determinada situaçón de ser, que se caracteriza simultaneamente por non a questionar) como o aspecto mais relevante da própria questón, como se, além disso, fosse ele que a desencadeasse. Digamos que nos dois casos, desde que se fala da “questón do ser”, fala-se de ontoloxía, embora, no primeiro caso, e só com a finalidade de facilitar a exposiçón, falaremos de “ontoloxía xeral”, segundo a tradicional fórmula académica, e, no segundo, de “ontoloxía fundamental”, que é precisamente o título que Heidegger dá, em princípio, ao que faz em “Ser e Tempo”.

ARTURO LEYTE

GOZOS DO TURISMO E TRIBULAÇÓNS DA EMIGRAÇÓN

As fronteiras tinham-se ampliado graças à emigraçón. E dentro desse movimento que libertou as Espanhas do desemprego e da indixência, Alemanha era unha terra de promissón. Eu, Sebastián Villegas Zapata, sabía o que alí se sufría, polas notícias que me enviabam os antigos companheiros de escola com os quais me carteaba. “Vente para Alemania”, repetíam. Seguro que em Alemanha non atabam os cáns com salchichas. Mas, para quêm tinha fuxido da aldeia com unha mán diante e outra detrás, era o mais parecido ao paraíso. Lendo entre linhas, descubria-se que essas cartas triunfais ocultabam o pior: a solidom. Com certa inocência autosatisfeita manifestabam o ascenso de classe, com relaçón ós que se tinham ficado em Espanha, mas silenciabam as penúrias afectivas e as dificuldades laborais que rodeabam as suas vidas. A pouco que urgáras nélas, saía a frote o pior dos desclassados: um ressentimento pequeno-burguês de triunfo, desdenhoso com os descamisados que quedaram atrás: unha perpéctua insatisfaçón. Sobre estes fundamentos revitalizou-se naqueles anos a depauperada económia espanhola. Éstas eram as hôstes celtibéricas que andabam por Europa, tristes exércitos de proletários que, centávo a centávo, íam aperrunhando uns aforros para voltar à sua terra com um pouco mais de dignidade. Non conquistarom nada, mas forom a válvula de escape pola que se abríu a presón social de um país insustentábel: exportárom paro e truxérom divisas. Esa labor de apuntalamento do rexíme aportou unha contrapartida: entre os emigrantes, graças à axitaçón das xentes do exílo, cresceu a mala herba do comunismo e outras doutrinas disolventes. Ou sexa que saíam da sua terra franquistas e voltabam roxos. Isto sospeitabam as autoridades, mas mentras seguiram chegando marcos ou francos, e a axitaçón se producira fora, non importaba demasiado. Eu acredito que, em parte, as ideias democráticas na Espanha, ademais de com a morte de Franco, tenhem algo que ver com os fluxos migratórios, interiores ou exteriores. Segundo afirmabam o Salustiano e o Salva nas suas cartas, Alemanha era unha bicoca. Para outros, sería a França ou a Suíça, seguro. Mas a Alemanha era o obxectivo primordial. E os alemáns, reencarnaçón dos mesmos deuses. Mirabas os alemáns em Canet de Mar e tampouco eram para tanto, verdadeiramente. A mím non me pareciam nem melhores nem piores que os espanhois, excepto que estabam melhor alimentados; eram altos, louros e bonitos. Elas sobre tudo! O mais chocante era que a fortaleza física das mulheres ía acompanhada de certa fraxilidade e delicadeza, isso que nas Espanhas chamábamos feminidade. Ou sexa, tacto de seda, mirada de “melocotón”. Eram esbeltas, mas non fornidas. Vestíam muito mal, isso sím, mas a deixadés no vestir tinha que ser cousa das férias. A indumentária, por outra parte, importaba pouco. Ó fím de contas, quase todo o dia andabam meio núas e, ainda que se vestiram para sair de serán nocturno, enseguida voltabam a despir-se. Os poboados costeiros eram por aquel entón como Sodoma e Gomorra; muito mais do que nas suas cartas me decíam do extranxeiro os meus amigos. O que me contabam de alí, podía ser fumo; o daquí era pura realidade de carne e osso. Mas essas cartas tinham tal encanto, expressabam tanta exaltaçón, que me imaxinaba os meus paisanos como dous xenerais, com Europa rendida baixo os seus pés de proletários.

JAVIER VILLÁN E DAVID OURO

DAVID HUME (UM ESTILO ELEGANTE E APRAZÍBEL)

Assim, em 1741, Hume publicou de forma anónima (tal como xá fixéra no Tratado da Natureza Humana) um volume de “Ensaios Morais, Políticos e Literários”; e outro segundo volume viria à luz em Xaneiro de 1742. A variedade dos temas que Hume trata nestes ensaios é muito vasta. O seu olhar filosófico ocupa-se tanto da liberdade de imprensa como da superstiçón, e do entusiasmo relixioso como da avareza; tanto da dignidade da natureza humana e do estudo da história como do amor e do casamento, da poligamia e do divórcio. Mas o que nos interessa realçar aqui é que, como seria de esperar, o seu estilo elegante e aprazíbel obteve de imediato a aceitaçón do público. Hume pensou que a sua experiência tinha tido êxito. Encontrara a forma de divulgar o resto da sua filosofia, que reconhecia ser de unha natureza mais duradoura, embora também mais difícil e trabalhosa. Em suma, é fácil que se sentisse confiante nessa intençón de expor as ideias do “Tratado” de maneira ensaística, e dedicou-se com entusiasmo a esse proxecto. Entretanto, descobriu que essa obra non estaba tán morta como pensara, pois a sua aura de infiel impediu-o de obter unha cátedra de Ética na Universidade de Edimburgo, em 1745. E, dado que de algunha maneira necessitaba de ganhar a vida, transformou-se no tutor de um xovem marquês, que se descobriu ser víctima de demência, polo que Hume pouca cousa, axuda ou instrucçón lhe pôde proporcionar. Mais tarde acompanhou, como secretário, um xeneral nunha incursón militar um pouco ridícula, cuxo primeiro obxectivo era o Canadá, mas que terminou nas costas francesas (os mapas para a pretendida invasón foram comprados à última hora nunha libraria, pois na precipitaçón dos preparativos do proxecto non dispunham de ningúm; quando os militares da cidade francesa que fora sitiáda se forom render, derom-se conta de que os britânicos, convencidos de non terem qualquer possibilidade de ocupá-la, se tinham retirado). Pouco depois, participou nunha missón diplomática que percorreu diversos países europeus. No entanto, entre estas ocupaçóns manteve o seu proxecto de conseguir expor as suas ideias filosóficas num formato atractivo. Um primeiro fructo apareceu em 1748, quando se publicaram os Tractados Filosóficos (obra que mais tarde passaria a intitular-se Investigaçón sobre o Entendimento Humano), unha nova apresentaçón das ideias mais importantes do libro I do Tractado, e na qual, xá na sua primeira secçón, expressava de forma maxistral o carácter antimetafísico do seu pensamento e o obxectivo do mesmo, a defesa da ciência e a crítica à relixión.

GERARDO LÓPEZ SASTRE

LITERATURA CASTELÁN (ORIXEM DA ÉPICA)

A orixem da épica castelán. O segundo problema, muito mais discutido ainda que o anterior, é o que concerne à orixem da épica. Três teorías forom propostas: a francesa, a xermânica e a arábigo-andaluza. A francesa, defendida por Gaston París e por Eduardo de Hinojosa, sostém que a épica castelán procede da francesa, basándo-se no feito de certas semelhanzas entre as duas e na prioridade cronolóxica da francesa com respeito à castelán. Menéndez Pidal, ó formular a sua própria teoría, admite o influxo françês, mas somente a partir de começos do século XII; nesta época é manifesta a presença de numerosos elementos da cultura francesa nos diversos campos da nossa cultura, debido ao grande número de xograres da naçón vecinha, que venhem para a península com ocasión das peregrinaçóns a Santiago de Compostela e que difundem aquí os grandes cantos épicos do “ciclo carolinxio”; e à intensificaçón das relaçóns políticas entre a corte de Castela e a francesa; ó estabelecimento nas Espanhas de monxes cluniacenses e à chegada de numerosos cabaleiros de França, dous dos quais chegam a casar com sendas filhas do monarca castelán; tudo o qual provoca intercâmbios abundantes. O que se exerceu sobre a épica castelán, non sería mais que um aspecto daquela influência xeral. Agora bem; esta aportaçón, segundo precisou Menéndez Pidal, debe considerar-se como um afluente, que acarreta elementos novos à épica hispâna, quando esta xá se encontraba enteiramente formada, polo que de modo algúm lhe dá orixem; recordemos a conclusón, xá citada, de que os nossos grandes poemas épicos, que forom compostos a raíz dos acontecimentos que referem, som na sua maior parte anteriores ós começos declarados para o influxo françês.

J. L. ALBORG