
Florbela Espanca nasceu em Vila Viçosa a 8 de Dezembro de 1894. Filha de pai incógnito, foi baptizada com o nome Flor Bela de Alma da Conceiçao. Começou a escreber com apenas 8 anos e concluiu o Liceu em Évora após o seu primeiro casamento. Matricula-se na Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa em 1917. É em Lisboa que edita a sua primeira obra poética “O Livro das Mágoas” em 1919. Florbela Espanca volta a casar no Porto em 1921 e em 1923 edita o seu segundo libro “O Livro de Sóror Saudade” em Matosinhos. Em 1927 o seu irmán Apeles Espanca viria a falecer num tráxico accidente de aviaçón no Rio Texo e por quem Florbela tinha unha profunda ligaçón afectiva. Casa pola terceira e última vez em 1925 em Matosinhos. A morte do seu irmán, as desilusóns amorosas e o desgosto dos filhos que non tivo, foram marcantes na sua vida e obra. A poetisa viria a falecer em Matosinhos a 8 de Dexembro de 1930 na flor da maioridade, precisamente no día em que completou 36 anos. Apesar da causa da morte ser apontada como edema pulmonar, vários estudos apontam para o suicídio bem como os seus textos. O mundo sem amor e partilha pode tornar-se um deserto… Curiosamente foi somente após o seu desaparecimento que a poetisa despertou o interesse de todos, incluindo dos seus críticos. Foi postumamente, a partir do seu diário, poemas guardados, cartas e contos por publicar que o seu acervo literário começou a ser publicado por outros escritores. A literatura de Florbela Espanca é actualmente admirada em todo o mundo, sendo considerada a expressón maior da poesía no feminino e unha das grandes figuras da literatura portuguesa. A obra de Florbela Espanca é tán fascinante como inquieta, unha exaltaçón ao amor que retracta a profundidade e a fraxilidade do ser feminino, unha escrita reveladora do mais íntimo de si.
O FADO EM FLORBELA ESPANCA
MEU AMOR
De ti somente um nome sei, Amor,
É pouco, é muito pouco e é bastante
Para que esta paixao doida e constante
Dia após dia cresça com vigor!
.
Como de um sonho vago e sem fervor
Nasce assim unha paixao tao inquietante!
Meu doido coraçao triste e amante
Como tu buscas o ideal na dor!
.
Isto era só quimera, fantasia,
Mágoa de sonho que se esvai num dia,
Perfume leve dum rosal do céu…
.
Paixao ardente, louca isto é agora,
Vulcao que vai crescendo hora por hora…
Ó meu amor, que imenso amor o meu!
(FLORBELA ESPANCA/ SAMUEL LOPES (GUITARRA CLÁSSICA)/ ANDRÉ M. SANTOS (GUITARRA PORTUGUESA)

FADISTA: CRISTINA DE SOUSA