
Non há diálogo se non for possíbel non ter razón, salvo num caso muito particular, ao qual atende mais a práctica hermenêutica de Levinas (inspirada no ensino talmúdico) do que a práctica hermenêutica de Gadamer (inspirada na interpretaçón de textos). Refiro-me ao caso do ensino. Um autêntico mestre, isto é, alguém que gosta dos seus discípulos, mesmo sem os ter escolhido, e está convencido que seria muito bom que eles assimilassem polo menos unha parte do que tem para lhes expor, dialoga, mas non porque adopte, de facto, a actitude de poder non ter razón, mas antes porque está disposto – muito disposto – a variar os seus procedimentos didácticos, a mudar a ordem de apresentaçón dos pontos de vista de um tema, a aumentar a clareza e a profundidade daquilo que ensina e, sobretudo, a modificar a própria actitude afectiva relativamente aos seus ouvintes e o conhecimento que deles presume xá ter. Non existe melhor imaxém do que debe ser um diálogo do que a utilizada polo xenial anónimo que escrebeu na Academia, pouco depois da morte de Platón (fagamos caso à filoloxia, porque eu atribuiria directamente ao próprio Platón, esta mais do que metáfora), o diálogo que costumamos denominar “Alcibíades I”. Aí se diz que o conhecimento de nós próprios non chega nunca a ser tán profundo como quando nos vemos reflectidos na menina do olho do nosso amigo, ou sexa, naquilo que é vivo e que nos olha a partir do corpo e do xesto do outro.
MIGUEL GARCÍA-BARÓ