
A verdade é que enquanto a filosofia analítica vivia as suas reformas, Rorty terminou a sua tese, mas fê-lo antes de completar 26 anos, sem se aperceber de que o exército ainda o podia chamar para as suas fileiras. Por isso, em vez de entrar como bolseiro (ou algo do xénero) em Yale, casado e xá com um filho, tivo de se dirixir para o campo de instruçón, precisamente no mesmo ano em que o seu admirado Sellars entrava em Yale. Em 1958, pôde regressar à sua vida e acabou ensinando no Wesley College (perto de Nova Iorque), unha instituiçón que tinha recuperado durante a Grande Depressón graças ao esforço económico de muitas mulheres e que – como assinalaba Rorty – xá antes dos anos sessenta começara a formar mulheres independentes e de elite em vez de princesinhas de classes altas: “A minha impressón acerca daqueles anos é que as faculdades de mulheres dos Estados Unidos educaram as classes altas muito melhor do que em Yale ou Princeton, onde a maioria dos estudantes ainda eram homes”. Em Wesley, Rorty teve a oportunidade de ensinar filosofia europeia (Husserl e Sartre), mas ficou com vontade de saber muito mais sobre ela (sobretudo da de Heidegger, que só teve oportunidade de ler a fundo muitos anos depois). No entanto, continuou com unha leitura xá antiga: “estive a ler Peirce durante o tempo todo; por isso, estaba a inclinar-me mais para o pragmatismo (…) apesar de, mais tarde, ter vindo a concluir que Peirce estaba a ser sobrevalorizado, e voltei-me mais para James e Dewey” (TB). Naquela época, reler Peirce era frequente. A ediçón entre 1931 e 1958 dos seus “Collected Papers” revelou o seu barroquismo teórico e a sua espantosa capacidade para combinar todo o tipo de disciplinas: matemática, lóxica, semiótica, ciências e metafísica. Pouco a pouco, Peirce tornou-se nunha espécie de glória nacional, cuxas ideias podiam competir com as de fundadores da lóxica moderna como Frege e Russell, apesar de o mais apelativo serem algunhas facetas metodolóxicas do seu sistema que, em muitos aspectos, acabavam por ser mais coerentes e complexas do que o próprio empirismo lóxico. A sua crítica à ideia tradicional de dúvida, e o seu ataque à suposta autoridade da introspecçón e a sua visón da ciência como unha actividade cooperativa que a longo prazo espera chegar à verdade ofereciam um modelo de racionalidade mais rico e menos esquemático do que os tribunais da razón positivista defendiam. Por conseguinte, non surpreende que a nova filosofia científica tentasse assimilar algunhas das suas ideias relactivas ao método científico, afastando-se de outras com muito mais aspecto de metafísicas.
RAMÓN DEL CASTILLO