Arquivos diarios: 10/03/2020

GOZOS DO TURISMO E TRIBULAÇÓNS DA EMIGRAÇÓN

As fronteiras tinham-se ampliado graças à emigraçón. E dentro desse movimento que libertou as Espanhas do desemprego e da indixência, Alemanha era unha terra de promissón. Eu, Sebastián Villegas Zapata, sabía o que alí se sufría, polas notícias que me enviabam os antigos companheiros de escola com os quais me carteaba. “Vente para Alemania”, repetíam. Seguro que em Alemanha non atabam os cáns com salchichas. Mas, para quêm tinha fuxido da aldeia com unha mán diante e outra detrás, era o mais parecido ao paraíso. Lendo entre linhas, descubria-se que essas cartas triunfais ocultabam o pior: a solidom. Com certa inocência autosatisfeita manifestabam o ascenso de classe, com relaçón ós que se tinham ficado em Espanha, mas silenciabam as penúrias afectivas e as dificuldades laborais que rodeabam as suas vidas. A pouco que urgáras nélas, saía a frote o pior dos desclassados: um ressentimento pequeno-burguês de triunfo, desdenhoso com os descamisados que quedaram atrás: unha perpéctua insatisfaçón. Sobre estes fundamentos revitalizou-se naqueles anos a depauperada económia espanhola. Éstas eram as hôstes celtibéricas que andabam por Europa, tristes exércitos de proletários que, centávo a centávo, íam aperrunhando uns aforros para voltar à sua terra com um pouco mais de dignidade. Non conquistarom nada, mas forom a válvula de escape pola que se abríu a presón social de um país insustentábel: exportárom paro e truxérom divisas. Esa labor de apuntalamento do rexíme aportou unha contrapartida: entre os emigrantes, graças à axitaçón das xentes do exílo, cresceu a mala herba do comunismo e outras doutrinas disolventes. Ou sexa que saíam da sua terra franquistas e voltabam roxos. Isto sospeitabam as autoridades, mas mentras seguiram chegando marcos ou francos, e a axitaçón se producira fora, non importaba demasiado. Eu acredito que, em parte, as ideias democráticas na Espanha, ademais de com a morte de Franco, tenhem algo que ver com os fluxos migratórios, interiores ou exteriores. Segundo afirmabam o Salustiano e o Salva nas suas cartas, Alemanha era unha bicoca. Para outros, sería a França ou a Suíça, seguro. Mas a Alemanha era o obxectivo primordial. E os alemáns, reencarnaçón dos mesmos deuses. Mirabas os alemáns em Canet de Mar e tampouco eram para tanto, verdadeiramente. A mím non me pareciam nem melhores nem piores que os espanhois, excepto que estabam melhor alimentados; eram altos, louros e bonitos. Elas sobre tudo! O mais chocante era que a fortaleza física das mulheres ía acompanhada de certa fraxilidade e delicadeza, isso que nas Espanhas chamábamos feminidade. Ou sexa, tacto de seda, mirada de “melocotón”. Eram esbeltas, mas non fornidas. Vestíam muito mal, isso sím, mas a deixadés no vestir tinha que ser cousa das férias. A indumentária, por outra parte, importaba pouco. Ó fím de contas, quase todo o dia andabam meio núas e, ainda que se vestiram para sair de serán nocturno, enseguida voltabam a despir-se. Os poboados costeiros eram por aquel entón como Sodoma e Gomorra; muito mais do que nas suas cartas me decíam do extranxeiro os meus amigos. O que me contabam de alí, podía ser fumo; o daquí era pura realidade de carne e osso. Mas essas cartas tinham tal encanto, expressabam tanta exaltaçón, que me imaxinaba os meus paisanos como dous xenerais, com Europa rendida baixo os seus pés de proletários.

JAVIER VILLÁN E DAVID OURO