DOS QUE ATRIBUIEM ÀS PALABRAS, NON SEI QUÊ DE FORZA PRÓPRIA

E non é menor absurdo, o de quêm se empenha em estabelecer que a filosofia non pode ser ensinada nunha fala diferente do grego ou do latím, porque -afirmam- non existir palabras com as quais poder traducir muitas das que adornam essas falas. Tais como a “entelejéia” de Aristóteles, a propósito de cuxa traduçón ó latím, se segue disputando em vám até agora. Entre os latinos existem palabras como: “essentia”, “quidditas”, “corporeitas” e outras semelhantes, urdidas polos filósofos, que, ao non significar nada, tampouco som entendidas nem podem ser explicadas por ninguém, nem muito menos traducidas a linguaxe vulgar, que acostuma designar com nomes próprios somente todas as cousas verdadeiras e non as finxidas. Anhadindo a isto, a frívola opinión de quêm atribuie às palabras, non sei quê de forza própria, para deducir de aí que os nomes forom impostos às cousas conforme natureza das mesmas. Movidos por tal opinión, também alguns, com non menor estupidez, empenham-se em fazer derivar de algo os significados de todas as palabras: por exemplo, segundo eles dí-se “lápis” (pedra), porque “laedit pedem” (fere o pé), e “humus” (terra), vêm de “humiditas” (humidade). ¿E de onde vêm “asinus” (asno)? De tí! Porque és, “sine sensu” (in-sensato): em efeito, tanto em grego como em latím a “a” é frequentemente privativa. “Sinus” vêm a ser como “sensus” (sentido); logo “asinus” (asno) é o mesmo que “sine sensu” (in-sensato), e isto é o que tu és! ¿Quê? ¿Non che parece boa a etimoloxía?

FRANCISCO SÁNCHEZ

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