JACQUES DERRIDA (DÉCONSTRUCTION)

Como é sabido, o termo “desconstruçón” gozou de unha divulgaçón bastante considerável, e em locais muitas vezes inusitados. Derrida parece desconfortábel quando questionado sobre o assunto, diz ter utilizado muito poucas vezes o termo e ser o primeiro a ficar surpreendido com a sua difusón. Nega que sexa um método ou unha técnica ou unha disciplina, e muito menos “unha filosofia”. Ironiza até sobre a impossibilidade de responder à própria pergunta: “Se quisesse dar unha descripçón económica, elíptica, de desconstruçón, diria que é um pensamento da orixem e dos limites da pergunta “o que é…?”, a pergunta que domina toda a história da filosofia. Cada vez que se tenta pensar sobre a possibilidade de “o que é…?”, o que se está a fazer nesse momento só até certo ponto se presta à pergunta “o que é…?” (entrevista concedida a R. P. Droit, 2004). No máximo, Derrida explica a orixem do termo, que aparentemente surxiria da necessidade de traduzir de forma adequada a “Destruktion” de Heidegger, termo muito menos violento em alemán do que em francês. E acrescenta que ao consultar os sentidos do termo francês “déconstruction” no dicionário Littré (desmontar, desmantelar; passar um verso a prosa) pareceram-lhe convenientes para caracterizar o seu próprio trabalho. E, no entanto, apesar de tudo isso, nos textos publicados em 1967 iremos assistir à sua aplicaçón gradual, marcando um a um os perfis que doravante permitiram reconhecê-la. É necessário saber, porêm, que Derrida manifestou repetidamente o seu desacordo com o uso que foi dado ao termo, excessivamente xenérico na sua opinión – apesar disso, manteremos este uso convencional nas páxinas seguintes.

MIGUEL MOREY

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