LITERATURA (VICENTE BLASCO IBÁÑEZ)

A melhor personaxe da fecunda obra de Vicente Blasco Ibáñez foi o próprio autor, xá que a sua vida pragada de aventuras e escândalos, triunfos e misérias, protagonismo descaradamente buscado e admiraçón sinceramente lograda. Blasco Ibáñez puidera ser o romancista espanhol mais próximo do naturalismo imposto em França por Zola, sobre tudo nas suas primeiras obras. Se Pardo Bazán foi a que melhor soubo comentar esta nova forma de fazer novelas, Blasco Ibáñez, com o seu indiscutibel poder descriptivo, a sua eficaz e arrebatadora prosa e unha imaxinaçón que non se detem ante os aspectos mais desagradábeis e efectístas da humana existência, consegue páxinas que se atenhem perfeitamente ós postulados naturalistas. Blasco Ibáñez escrebeu decenas de românces, libros de viaxes, contos e obras de carácter histórico nascidas das suas ideias revolucionárias. Detêndo-nos exclusivamente na sua labor novelistica, podemos aceitar, com os estudiosos do autor, três etapas na sua produçón. Em primeiro lugar, os românces de ambiente valenciano, que som também os mais logrados: Arroz y tartana, Flor de Mayo – com o mar de Levante, o mesmo mar de Sorolla, como protagonista -, Entre naranjos, para muitos a melhor obra do autor, ideolóxicamente equilibrada e com unha prosa cuidada, ainda que sem a brilhantez que afoga outras narrativas do romancista, e, sobre tudo, La barraca e Cañas y barro. A horta valenciana enmarca e em grande parte é protagonista dessas duas obras, e nela movem-se uns seres humanos com a brutalidade, o rencor e o ódio que conformam unha atmósfera que non se detêm senon ó borde mesmo da náusea. De Valencia passa Blasco Ibánez a outras cidades (Madrid, Toledo, Bilbao…) para oferecer-nos o que el mesmo denominou novelas de tendencia social e que resultam quase panfletárias, non só pola falta de obxectividade de que fán gala senón também pola escassa profundidade com que se desarrolham os conflictos e a falta de credibilidade dos alegatos das suas personaxens. Tal sucede com o inxénuo e torpe anticlericalismo de La Catedral, ou com o tôm demagóxico de La bodega. O terceiro grupo, em fím, está formado pelos românces ós que serve de fundo a primeira guerra mundial e que forom as que ensancharom o âmbito da sua fama, sobre tudo ó ser levadas para o cinêma, tál como aconteceu com Los cuatro jinetes del Apocalipsis… Tudo isto e muito mais logrou Blasco Ibáñez, o romancista que todavía está esperando a que os estudiosos se acerquem à sua obra a fim de resaltar os indiscutíbeis acertos que a excessiva frondossidade impedíu observar.

CAMILO JOSÉ CELA

Deixar un comentario