Arquivos diarios: 14/01/2020

LITERATURA CLÁSSICA GREGA (5)

Grande parte da literatura grega antiga, desvaneceu-se xá durante a Antiguidade mesma ou durante o curso da Idade Média; dela, unha parte reapareceu teatralmente nos achados de papíros, durante os últimos cem anos: Menandro, Baquílides, Calímaco, Hipérides, a Constituiçón de Atenas de Aristóteles. Mas nunca esteve em perigo de completo esquecimento ou de destrucçón, porque a continuidade da cultura da que dependía nunca se cortou totalmente, e non houbo um lápso xeral de barbarie. A fala foi um dos factores mais importantes nesta história de conservaçón. O grego tivo câmbios muito lentos no transcurso da sua larga história. À diferença do latim, nunca se escindiu nunha série de falas separadas; e desde finais do períudo helenístico até tempos bastante recentes, as sociedades de fala grega tenderom a manter um lenguaxe literário classicista, mais ou menos diferenciado do discurso ordinário. Isto fixo possíbel unha continuidade muito chamativa, como assinala R. Browning: “A partir daquela fecha(século VI a. C.) até ao presente houbo unha tradiçón literária continuada e ininterrumpida, mantida polos coléxios, por um corpo de literatura gramatical, polo estudo contínuo de um número limitado de textos literários, cuxa forma linguística foi diferindo cada vez mais da do discurso ordinário”. De feito, Homero sempre foi parte dos planos de estudo das terras de fala grega. Mas, por quê Virgilio nunca substituiu a Homero unha vez que o Império Romano foi afianzado? E por quê Homero non foi proscrípto polos cristianos, com mais razóns que Platón para prescindir del? A resposta à primeira destas perguntas é suficientemente obvia polo que xá se dixo sobre o valor universal da “paideia” grega. Os romanos da República tardía, com toda a sua crênça na superioridade romana das cousas, tinham absorvido, à vez que a literatura e a filosofía gregas, os axiomas sobre os que se basaba a educaçón grega. Admitindo que fixeram unha literatura própria em resposta à grega, nunca intentarom impor a sua cultura às províncias orientais. Isto apenas nos sorpreende considerando que o sistema educativo grego se tinha estabelecido em Roma antes de que Roma tivera unha literatura plenamente madura que se puidéra utilizar com este fím; a Homero estudába-se nas escolas romanas, e os romanos que podíam permitir-se, acababam a sua educaçón estudando retórica e filosofía gregas. Roma convertiu-se num centro tán importante do comércio do libro grego como Atenas ou Alexandría, e as bibliotecas romanas tinham âmplos fondos gregos; lonxe de ser unha ameaça para a civilizaçón grega, o Império Romano a sustentaba de feito, e a fixo consolidar nunha zona muito âmpla. Houbo um períudo excepcional, a finais do século III d. C. e no século IV, nos que os imperadores de Constantinopla ou bem sabíam muito pouco grego ou bem non o conheciam em absolucto, e a preferência para os altos cargos do serviço civil, para a corte ou para a carreira legal, dependiam do conhecimento do latim, incluso no Oriente de fala grega. Mas o modelo non durou e, em qualquer caso, a demanda do latim nunca se impuxo como imprescindíbel a nível da educaçón elemental.

P. E. EASTERLING E B. M. W. KNOX (EDS.)