QUE NADA SE SABE (31)

Há finalmente, algúns homes a respeito dos quais duvidarias sobremaneira de se debes chamar-lhe racionais ou mais bem irracionais. Non obstânte, cabe encontrar brutos aos que poderias chamar racionais com maior motivo que a algúns homes. Responderás que unha andorinha non fai o verán e que um só particular non destruie o universal. Eu, polo contrário, sostenho que o universal é absoluctamente falso se non abarca e afirma todas as cousas que se contenhem baixo el tal como som. Pois, como sería verdadeiro afirmar que é racional todo home, se um só – ou vários – é irracional? Se dixéras que neste home a deficiência non está no espírito senón no corpo, que é um instrumento, talvez dirás verdade, mas a meu favor, porque o home nem é espírito só nem corpo só, senón ambas cousas à vez. Logo, se um deles é deficiênte, será deficiênte o home, polo qual tampouco será home sem mais, pois o corpo, ó igual que o espírito, pertence à sua essência, e non ao corpo sem mais, senón um corpo determinado. De onde se segue que a afirmaçón de algúns resulta ridícula, segundo a qual a alma do home pode atopar-se baixo unha figura redonda ou baixo qualquer outra diferente da que temos todos, e que isso sería um home. Nón sei se eles virom algunha vez um home de tais características: se o virom, están a meu favor, pois non pensaria eu que tal home fora da nossa mesma natureza. Non obstânte, aseveram que é home e que o é de verdade. Quêm o sabe? Ninguem. Se non o virom, por quê inventam um home tal qual a natureza talvéz non será capaz de producir? E se é capaz, como vai ser eterna aquela proposiçón? “A alma é o acto de um corpo físico orgánico, etc…?” Heis aí a ciência dessa xente. Mas todavía resulta muito mais absurdo aquilo de que, ainda quando non existíra home algúm, sería verdadeiro dicer que o home é animal. Suponhem um impossíbel para acabar nunha falsidade, pois, se falas desde a filosofía, nunca faltarám homes, xá que o mundo é eterno, e se falas desde a fé, deixará acaso de existir Cristo nosso Senhor? Xá ves como é impossíbel a tua suposiçón desde ambos pontos de vista. Mas parece que non teis aprendido do teu mêstre que ningúm inconveniente se segue se dás por existente o possíbel, mentras que se adivinham muitíssimos se admitimos o impossíbel? Mas, concedamos que é possíbel o teu suposto: se o home non existe, como vai ser animal?

FRANCISCO SÁNCHEZ

Deixar un comentario