
As praias do Mediterrâneo espanhol, por aqueles anos de “Planes de Desarrollo”, de estabilizaçón ou do que fora, era um deserto cheio de puzos; infinito oásis onde, entre o éxtase e o milágre, todos queriam abrevar. A Espanha tinha saído das sombras prehistóricas da autarquía e avanzaba para a Europa. A Europa também avanzaba cara a Espanha: emigraçón e turismo eram as columnas de choque da abertura do sistema. Os problemas políticos e morais que aquilo puidera acarretar, a disoluçón da pátria, por exemplo, era algo que tinha ó fresco a xente como a mím, sem muita moral e com muito pouca pátria. E aos gobernantes, místicos ou guerreiros, metade monxes ou metade soldados – Opus Dei ou Falange -, também os tinha ao fresco esta depravaçón moral; a política é a arte da eficácia e a ideia do pecado que nos tinha atormentado na infância podía ser retocada. Foi por entón quando um desses políticos, dos mais contumazes e graníticos, Manuel Fraga Iribarne, lanzou o lema da “España alegre y faldicorta” como sinónimo de modernidade. Os curas e a xente do Opus tiverom que “envainársela”. Mas o Tribunal de Orden Público, imperaba todavía e a caza do “rojo” tinha a veda permanentemente levantada. Os amigos da canalha noctâmbula e “jaranera” sempre me reprocharom, a mím, a Sebastián Villegas Zapata, a alabanza das alemáns e o menospreço das suecas, e que erradicara do meu vocabulário um xentilicio xenérico com o qual nos entendíamos todos, em beneficio de um xentilicio específico. Non saco nem ponho; só que às suecas, as xenuinas, non às xenéricas, apenas as conhecim. Por tanto, unha vez que deixei constança dessa denominaçón que englobaba a todas as extranxeiras, aquí vai-se nomear a cada qual pelo seu nome: as suecas, suecas; as alemáns, alemáns; e as holandesas, para non fazer a lista interminábel, holandesas. As suecas, estrictamente falando, eram cousa de mais abaixo, de Marbella e Torremolinos, ou de mais arriba, San Feliú, Blanes, S. Agaró… Ou das ilhas Baleares. A minha predileçón polas alemáns, era também unha cousa de idioma; o alemán resultába-me um pouco mais familiar graças o Hans Kleist, que mo tinha ensinado na Universidade Laboral de Tarragona; Hans Kleist era um alemán sem ocupaçón concreta no quadro de professores da Laboral, salvo ensinar a fala de Goethe e de Rilke a quem lhe daba a veleta xermanófila; um nazi seguramente, prófugo de Nuremberg e outros processos, e protexido por Franco. Estaba meio cego e a Tito García e a mím, que lhe facíamos de “lazarilhos”, ensinába-nos o idioma. Nunca falaba de política e, se algunha vez traíamos ésta a colaçón, o invadía unha pesadûme infinita. Um día, como sem querer e ó acaso, deixei cair algo sobre o “Mein Kampf” e, ademais de cego, que o era, fixo-se surdo. Despois dixem que quería aprender alemán para ler a Rilke sem necessidade de traduçóns e também non se alterou nada. O pouco de alemán que Herr Kleist me ensinou servíu-me para trabalhar em Canet de Mar e para ligar. A desculpa da minha afecçón a Rilke seguím utilizando-a mais a diante e quedaba muito bem, ainda que quase nunca colaba. Confesso agora, xá sem sombras escabrosas de leviandade na minha vida, algo que, por outra parte, nunca foi segredo: que quería saber alemán somente para ligar.
JAVIER VILLÁN E DAVID OURO