MAQUIAVEL (DE PRÍNCIPES, CACIQUES E OUTROS ANIMAIS POLÍTICOS)

Convém dedicar unhas quantas palabras à escolha do título deste libro. “Maquiavel, De príncipes, caciques e outros animais políticos” fai referência a todo um elenco de líderes que procuram chegar ao poder e perpectuar-se nele a qualquer preço. Embora sexa verdade que o florentino escrebeu um manual ou unha guia para príncipes, para monarcas renascentistas (sobretudo para aqueles que eram novos néstas lides), a extrapolaçón que nos permitimos fazer a partir deste tipo básico non é especialmente problemática. Porque na Itália do século XVI, os conselhos maquiavelianos serviam igualmente a Lourenço II de Medici, a quem dedicou a obra, como a qualquer outro senhor ou mercenário ambicioso que pretendesse derrotar um príncipe de outra dinastia, fosse esta hereditária ou non. Além disso, com o tempo, este decálogo das leis do poder foi empregue por caciques, monarcas absoluctos, tiranos, imperadores e dictadores vários. Os seus ensinamentos forom adaptados, com resultados díspares, a diversos âmbitos da vida contemporânea. Há adaptaçóns de O Príncipe para mulheres, para executivos, para principiantes e até para os temidos narcotraficantes. Esclarecida a intençón precisa do título, resta-nos apresentar a estructura do presente texto. A obra organiza-se em quatro grandes blocos: unha breve introduçón, duas secçóns centrais e a conclusón final. A parte central aborda, nos seus capítulos, as duas facetas principais de Maquiavel que xá referimos: a sua vocaçón como político e a sua retirada forçada do serviço público, que o levou a dedicar-se à filosofia, mais propriamente, à filosofia política. No capítulo que se segue a esta introduçón, intitulado “O diplomata tecnocrata”, vamos fazer unha retrospectiva sobre a biografia pública do florentino e relacioná-la com as ideias mais importantes do seu pensamento. Nessas páxinas, trataremos os aspectos mais prácticos do seu pensamento, ou sexa, as conclusóns ou conselhos que Maquiavel recomenda para alcançar o sucesso no terreno político. Dado que tais máximas foram o resultado da sua experiência como diplomata de Florença, as mesmas irán sendo apresentadas paralelamente à narraçón dos factos históricos e biográficos que as motivaram. Porque se torna necessário saber como foi tanto a vida do alto funcionário florentino como o contexto político da Europa renascentista, unha vez que foi daí que Maquiavel extraiu o material que serviu de base à sua posterior teoria do poder. A profundidade da análise e os princípios de acçón daí derivados só se compreendem ligados à própria participaçón do secretário em episódios transcendentais da história florentina. O fio conductor deste capítulo – simultaneamente biográfico e práctico – é unha série de missóns, como enviado diplomático, às grandes potências da época: a emergente monarquia francesa, a Itália fragmentada e a Alemanha imperial. Conheceremos entón Girolamo Savonarola e César Bórgia, Piero Soderini, vários papas – todos eles ambiciosos e aguerridos -, monarcas autoritários, o imperador Maximiliano I e, como non podia deixar de ser, muitos membros da poderosa família Medici. O capítulo termina com um “Game Over”, título que responde à mudança da sorte, que fez Maquiavel dar com as costelas na prisón, onde foi torturado devido a unha falsa acusaçón de conspirador.

IGNACIO ITURRALDE BLANCO

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