Arquivos diarios: 08/01/2020

LITERATURA CASTELÁN (5)

Os “cantares de xésta”. Os relatos épicos que difundia o Xograr recebem o nome de “cantares de xésta”. Eram poemas de carácter xeralmente heroico, e tinham por obxectivo a vida de personaxens importantes, sucesos notábeis ou acontecimentos da vida nacional que mereceram ser divulgados. A palabra “xésta” veio assím a converter-se em sinónimo de “feito façanhoso”; mas, na realidade, este vocábulo, derivado do verbo latino “gero”, que significa “fazer”, alude a “cousas feitas” ou “sucedidas”, para sinalar a contraposiçón com a lírica, que se nutre de “cousas imaxinadas” ou “sentidas” polo próprio autor. O nome de xésta com o sentido de “façanha”, aparece xá citado por el Rei Sábio no mencionado pasaxe de “As Partidas”. As xéstas componhem-se e difundem-se porque satisfazem duas profundas necessidades do povo: unha, a curiosidade admirativa diante do sucesso notábel que provoca um interesse de índole poderiamos dizer novelesca; outra, o afán de conhecer aqueles feitos que de algunha maneira afectavam ó destino da comunidade. Poderia dizer-se que todos os modernos meios de difusón postos ao serviço da notícia – xornais, revistas, rádio, televisón -, se condensabam durante aqueles séculos na pessoa do xograr e nas cantigas que recitaba. Menéndez Pidal define perfeitamente o carácter essencialmente informativo destes poemas: “O cantar de xésta nasce como substitutivo da inexistente historiografia, quando à falta de grandes relatos em prosa, se daba notícia dos sucessos importantes dentro do canto que os popularizava…”. E explica logo mais ampliamente: “É aquela idade em que todo um povo, levado de um vivo interesse nacional bastante unánime, posseído de um sentimento político cálido e afectivo, mais que práctico, requere unha habitual informaçón sobre os seus próprios acontecimentos presentes e passados, e non tendo chegado ainda, no seu desarrolho cultural, a possuir unha literatura regularmente escrita, nem ainda menos um xénero prossístico historiográfico na fala vulgar, emprega o metro, a rima e o canto como meios de publicaçón (em parte mais poderosos que a escritura) para fixar e difundir os relatos de interesse comúm. Multitude de notícias cantadas nessa idade nos parecem efímeras, mas salvam-se aquelas que os ouvintes elixem, as preferidas do público, e o canto que goza do favor colectivo, refundíndo-se de xeraçón em xeraçón, perpectua o herói, conferíndo-lhe consagraçón poética inmortal. A idade heroica dura aqueles séculos em que um povo de epopeia conserva viva a costûme de divulgar na forma cantada os acontecimentos coetâneos. Mas no curso desses séculos, ó mesmo tempo que a notícia actual, cantam-se também os acontecimentos notificados no passado e que perduram no interesse comúm. Assím a Epopeya é um xénero literário irmán da História. A epopeia românica é a irmán maior da historiografía; nasce quando a história ainda non existia, ou só era escríta em latim, fala estranha à comunidade”. Estas xéstas recebem com propriedade o nome de “cantar” porque non estavam destinadas à leitura, senón ao canto ou à recitaçón. Som conhecidas com o nome xenérico de “épica medieval”, para distingui-las da antiga clássica e da posterior renacentista; e também “romance” para “sinalar a fala, desta ocasión histórica, em que o dominante foi o latim”. Ao que habría que xuntar todavia o dictado de “popular”, com que xeralmente se designa; non só para diferenciá-la das duas “épicas cultas” citadas – a renacentista e a clássica -, senón para sinalar possitivamente os rasgos: primeiro, o que fora dirixida a todo o povo sem discriminaçón, entendido no seu mais âmplo sentido social, desde o rei até ao mais humilde aldeán; segundo, que tratara fundamentalmente de assuntos contemporâneos e, por tanto, perfeitamente intelixíbeis para todo o mundo, sem especial informaçón ou preparaçón. De maneira principal se nutríu de temas ou personaxes nacionais, e com preferência casteláns, mas também deu entrada a motivos extranxeiros: “A jograría -escrebe López Estrada- recolheu non só obras relixiosas e épicas, senón outras de moda no seu tempo, que se tomabam de outros países e adaptabam à fala e gostos casteláns…

J. L. ALBORG