DENIS DIDEROT (A ENCICLOPÉDIA)

Há outro lado que merece ser destacado como um episódio assaz representativo do período que coube viver a Rousseau: a elaboraçón de unha obra monumental cuxo impacto só poderia comparar-se ao da Internet. Refiro-me ao grande proxecto impulsado por Denis Diderot: a Enciclopédia, ou Dicionário Racional das Ciências, das Artes e dos Ofícios, onde os artesáns eram elevados a peças-chave do bem-estar colectivo. Como diz Philipp Blom, mesmo no início da sua Encyclopédie: “O Triunfo da Razón em tempos Irracionais” (Encyclopédie. The Triumph of Reason in an Unreasonable Age), “o que faz dela o acontecimento mais significativo de toda a história intelectual do Iluminismo é a sua particular constelaçón de política, economia e ideias revolucionárias que prevaleceu, pola primeira vez na história, contra a determinaçón da Igrexa e da Coroa xuntas, para ser um triunfo do pensamento libre”. Habia que saber esquivar-se à censura e nisso Diderot mostrou-se simplesmente maxistral. Decidiu tratar os artigos mais espinhosos dunha maneira prudentemente ortodoxa, sem deixar de utilizar referências cruzadas para que os leitores chegassem a conclusóns dictadas pelo seu próprio xuízo. Valha-nos um exemplo como amostra: na entrada “Eucaristia” remetia para “Canibalismo”, “Comunhón” e “Altar”, piscando o olho aos leitores para que fossem eles a tirar as próprias consideraçóns. Nada era, em princípio, sagrado e tudo debia passar polo cribo da crítica. Por isso, a Enciclopédia simboliza o espírito do Iluminismo e, em consequência, pressaxía os valores da Modernidade, isto é, das coordenadas culturais do mundo de hoxe, unha vez encerrado o breve parêntese do que se chamou “pós-modernidade”, desde que consideremos o espírito crítico do Iluminismo como um proxecto inacabado.

ROBERTO R. ARAMAYO

Deixar un comentario